Integrantes da CCJ querem a realização de sete encontros para debater o tema; oposição pede 11.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, em reunião de coordenadores, definiu a realização de sete audiências públicas para debate da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, da Reforma Administrativa. A primeira em 26 de abril, e a última, em 14 de maio, conforme o cronograma apresentado.
Defendida pela presidente da CCJ, deputada Bia Kicis (PSL-DF), e pelo relator, deputado Darci de Matos (PSD-SC), a agenda foi contestada por parlamentares da oposição que desejam a realização de ao menos 11 encontros para tratar do tema.
Conforme o relator da proposta, a primeira audiência será solene. “Vamos tentar trazer o ministro da Economia [Paulo Guedes] e contaremos com a presença do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL)”, apontou Darci. Nas demais, serão ouvidos especialistas, juristas, representantes do setor produtivo e dos trabalhadores do serviço público. “São em torno de 40 entidades que vêm participar desses debates”, argumentou.
Darci de Matos deverá apresentar seu parecer logo após a última audiência.
Pressão indevida
Conforme o relator, há necessidade de rapidez no cronograma tendo em vista a possibilidade de a proposta seguir diretamente para o Plenário da Câmara. "Como o artigo 202 do Regimento Interno determina que a PEC pode ficar só cinco sessões ordinárias aqui, nós já esgotamos esse prazo. Seria muito ruim para todos nós se a presidência [da Câmara] tivesse que chamar o relatório para o Plenário — e pode, regimentalmente.”
O deputado José Guimarães (PT-CE) considerou a possibilidade de se levar a reforma administrativa diretamente ao Plenário uma pressão indevida. “Ninguém pode levar PEC para o Plenário se não houver acordo no Colégio de Líderes. Não pode ter uma pressão indevida sobre a Comissão de Constituição e Justiça", ressaltou.
Pressão devida
Ainda segundo ele, o número elevado de requerimentos revela que o cronograma da CCJ não é o ideal. “Uma proposta de reforma como a administrativa deveria ser amplamente discutida. Embora haja espaço para debates na Comissão Especial e outros recursos, o quanto antes tratarmos das ilegalidades que a PEC 32 traz, mais chances teremos de que ela não vá pra frente”, alerta.
Para isso, o assessor reforça a campanha de envio de e-mails aos deputados federais, iniciada pela associação nesta semana. “É de fundamental importância a participação dos servidores. Eles precisam se engajar já que os interessados na aprovação da reforma estão fazendo isso, ainda que na surdina.”
Para aderir à campanha, acesse a página especial “Abaixo à PEC 32/2020” e siga os passos
Além do envio de e-mails, a ANAJUSTRA Federal também criou um abaixo-assinado contra a PEC 32/2020, que já tem mais de 2,6 mil assinaturas.
Ronald Ribeuro, um dos assinantes do documento, comentou:
“Essa reforma é um desfavor ao país... antes da constituição de 1988 serviço público era o quintal da casa dos políticos... famílias inteiras deles eram colocadas para trabalhar nos órgãos públicos... e mesmo assim hoje ainda vemos isso acontecer com os cargos de livre nomeação e exoneração...é exatamente isso que eles querem... semear nos órgãos públicos seus apadrinhados. Estudei tanto pra ser um bom servidor concursado... lamentável... Brasil só indo ladeira abaixo.”