Memória é o fio condutor da narrativa do escritor Milton Hatoum

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Um escritor sem ilusões, um pouco melancólico, que passa mais de seis horas por dia escrevendo à mão e apreciador declarado das obras do escritor brasileiro Graciliano Ramos. Se fosse para apresentar o escritor Milton Hatoum para quem ainda não leu algum livro, crônica ou qualquer texto que tenha sua autoria, essas seriam algumas características. Mas para quem já leu qualquer coisa do amazonense, descendente de libaneses, só isso não basta para compreender a complexidade de sua trajetória super premiada e consagrada no Brasil e no exterior.

Hatoum é considerado o mestre da ficção contemporânea, no Brasil, por leitores e críticos literários e as opiniões sobre as obras são respaldadas pelas premiações nacionais e internacionais recebidas pelo escritor desde o início de sua carreira literária. “Relato de um Certo Oriente”, primeiro romance publicado por Hatoum, em 1989, ganhou o prêmio Jabuti de melhor romance. Em 2000, “Dois Irmãos” ficou em terceiro lugar na categoria melhor romance também do prêmio Jabuti, além de ter sido eleito o melhor romance brasileiro no período de 1990-2005, em pesquisa feita pelos jornais Correio Braziliense e Correio de Minas. Os livros seguintes, “Cinzas do Norte”, de 2005, “Órfãos do Eldorado”, 2009, e o livro de contos “A Cidade Ilhada”, de 2009, também foram destaques na imprensa e entre os leitores brasileiros. 

Mas o que faz de Hatoum um “fenômeno” na literatura brasileira? Além das características descritas no início do texto, a capacidade de alinhavar a narrativa de um modo fluído e ao mesmo tempo complexo, cheio de detalhes, com pessoas, lugares e situações extraídas de sua memória também podem ser destacadas. O real e o inventado se confundem na escrita do manauara, por conta da riqueza das descrições, de quem viu ou sentiu o que está sendo descrito nas páginas do livro. Se tem uma coisa que o escritor leva a sério, enquanto método criativo, é priorizar o cara a cara com o que é contado. Para ele, “a literatura é vivência” e o romance é um microcosmo de sua vida.

Os primeiros romances têm em comum, além da narrativa “miltoniana”, o cenário da infância e parte da adolescência de Hatoum: a cidade de Manaus que vai muito além dos estereótipos construídos à distância ou distorcidos por quem não compreende as especificidades do local. A Manaus dele também tem igarapés, onde as crianças se banhavam sob a luz amazônica, tem muitos estrangeiros advindos de países árabes e europeus, por conta da exportação de borracha, até a década de 1950, e os caboclos e indígenas. 

As visitas aos bairros flutuantes, a mistura de ricos e pobres na escola pública que frequentou, as apresentações nas boates e em outras festas quando participou da primeira banda eletrônica de Manaus, a Stepping Stone, e a influência do Caribe na cidade, são algumas lembranças compartilhadas pelo escritor e incorporadas aos romances.

E mais do que tudo isso: as relações humanas. São elas que importam para o escritor, sem deixar os aspectos históricos de lado, o ambiente familiar, retratado de modo intimista, profundo, que revira os dramas humanos e traz para a superfície um realismo e uma “verdade do que poderia ter acontecido e não exatamente o que foi”, disse, em entrevista a revista Cult, em 2013.

A dedicação diária à escrita e a lucidez sobre o seu estilo torna a criação literária dele um trabalho minucioso, construído aos poucos. O romance “Dois Irmãos”, por exemplo, demorou dez anos para ficar pronto e se tornou o livro mais vendido do autor, por enquanto, com mais de 160 mil exemplares comercializados, desde o ano em que foi lançado (2000). 

Há alguns anos, os livros de Hatoum também chamaram a atenção não só de leitores comuns mas de roteiristas e cineastas que requisitaram a autorização para reescrever as narrativas impressas no papel em outra linguagem, a cinematográfica. O romance “Dois Irmãos” já foi “reinventado” para ser exibido na televisão em 2016, no formato de minissérie, dirigido pelo cineasta Luiz Fernando de Carvalho, consagrado pela direção e adaptação do romance “Lavoura Arcaica”, de Raduan Nassar, para o cinema.

Para o cinema, “Relato de um Certo Oriente” e “Órfãos do Eldorado” estão em fase de produção e serão dirigidos por Marcelo Gomes e Guilherme Coelho, respectivamente. Outra inovação baseada no livro “Dois Irmãos” foi lançada pelos irmãos gêmeos e quadrinistas, como na história do livro, Fábio Moon e Gabriel Bá, na versão em HQ (graphic novel). O livro baseado no romance de Hatoum foi lançado no Salão de Paris, no início deste ano, com a presença do amazonense que foi o destaque na mostra, sendo o escritor brasileiro com livros mais vendidos na 35ª edição da mostra. 

Todos livros publicados pelo escritor estão disponíveis no site da editora Companhia das Letras. Acesse e confira os valores das obras e as opções em livro impresso ou e-book.

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Hatoum é considerado o mestre da ficção contemporânea, no Brasil, por leitores e críticos literários e as opiniões sobre as obras são respaldadas pelas premiações nacionais e internacionais recebidas pelo escritor desde o início de sua carreira literária. “Relato de um Certo Oriente”, primeiro romance publicado por Hatoum, em 1989, ganhou o prêmio Jabuti de melhor romance. Em 2000, “Dois Irmãos” ficou em terceiro lugar na categoria melhor romance também do prêmio Jabuti, além de ter sido eleito o melhor romance brasileiro no período de 1990-2005, em pesquisa feita pelos jornais Correio Braziliense e Correio de Minas. Os livros seguintes, “Cinzas do Norte”, de 2005, “Órfãos do Eldorado”, 2009, e o livro de contos “A Cidade Ilhada”, de 2009, também foram destaques na imprensa e entre os leitores brasileiros. 

Mas o que faz de Hatoum um “fenômeno” na literatura brasileira? Além das características descritas no início do texto, a capacidade de alinhavar a narrativa de um modo fluído e ao mesmo tempo complexo, cheio de detalhes, com pessoas, lugares e situações extraídas de sua memória também podem ser destacadas. O real e o inventado se confundem na escrita do manauara, por conta da riqueza das descrições, de quem viu ou sentiu o que está sendo descrito nas páginas do livro. Se tem uma coisa que o escritor leva a sério, enquanto método criativo, é priorizar o cara a cara com o que é contado. Para ele, “a literatura é vivência” e o romance é um microcosmo de sua vida.

Os primeiros romances têm em comum, além da narrativa “miltoniana”, o cenário da infância e parte da adolescência de Hatoum: a cidade de Manaus que vai muito além dos estereótipos construídos à distância ou distorcidos por quem não compreende as especificidades do local. A Manaus dele também tem igarapés, onde as crianças se banhavam sob a luz amazônica, tem muitos estrangeiros advindos de países árabes e europeus, por conta da exportação de borracha, até a década de 1950, e os caboclos e indígenas. 

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E mais do que tudo isso: as relações humanas. São elas que importam para o escritor, sem deixar os aspectos históricos de lado, o ambiente familiar, retratado de modo intimista, profundo, que revira os dramas humanos e traz para a superfície um realismo e uma “verdade do que poderia ter acontecido e não exatamente o que foi”, disse, em entrevista a revista Cult, em 2013.

A dedicação diária à escrita e a lucidez sobre o seu estilo torna a criação literária dele um trabalho minucioso, construído aos poucos. O romance “Dois Irmãos”, por exemplo, demorou dez anos para ficar pronto e se tornou o livro mais vendido do autor, por enquanto, com mais de 160 mil exemplares comercializados, desde o ano em que foi lançado (2000). 

Há alguns anos, os livros de Hatoum também chamaram a atenção não só de leitores comuns mas de roteiristas e cineastas que requisitaram a autorização para reescrever as narrativas impressas no papel em outra linguagem, a cinematográfica. O romance “Dois Irmãos” já foi “reinventado” para ser exibido na televisão em 2016, no formato de minissérie, dirigido pelo cineasta Luiz Fernando de Carvalho, consagrado pela direção e adaptação do romance “Lavoura Arcaica”, de Raduan Nassar, para o cinema.

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Sílvia Pérola Teixeira Costa tem mais de quatro décadas de experiência no Direito do Trabalho. Atuou por 30 anos no TST, em cargos estratégicos como assessora de ministros e chefe de gabinete, além de ser advogada sênior com atuação nos tribunais superiores.

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