Uma trajetória de dedicação, comprometimento e resultados
“Quando você deixa se acrescentar algo ao trabalho, é hora de mudar” |
Fazer com que um processo tenha seu ciclo cumprido é uma das tarefas diárias exercidas pelos servidores da Justiça Trabalhista. Chefiar e motivá-los é um dos papéis da técnica judiciária, hoje chefe de gabinete substituta do ministro Lelio Bentes Corrêa, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Janedir Lopes Morata.
Na Justiça do Trabalho desde 1982, a servidora conta que já atuou em quase todos os setores do Tribunal, nas áreas administrativa e judiciária. Passou pelo Setor de Benefícios, pela Secretaria de Recursos Humanos, foi diretora do Serviço de Pagamento e também trabalhou com a ministra Cnéa Cimini Moreira de Oliveira, primeira mulher a exercer a magistratura em um Tribunal Superior no Brasil e segunda na América Latina. Estava se preparando para deixar o TST, quando foi convidada por Corrêa a assumir o posto.
“Acho que quatro ou cinco anos em um lugar são suficientes. No primeiro, você entende como tudo funciona, detecta os erros, as mudanças necessárias e começa a implementá-las. No segundo e no terceiro, continua a implementar as mudanças e corrigir as que não deram certo. No quarto, você começa a pensar que está tudo bem e relaxa. No quinto, é hora de procurar novos ares, aprender novas coisas. Quando você deixa de acrescentar algo ao trabalho e vice-versa é hora de mudar”. Heráclito, por volta de 400 a. C, já dizia: “nada existe de permanente a não ser a mudança”.
Nascida em Pirenópolis-GO, Janedir mudou-se para Brasília aos 16 anos. “Comecei a trabalhar aos treze anos em Anápolis-GO e sempre fui muito inquieta. Em meus trabalhos, ocasionalmente, substituía colegas porque buscava saber o que cada um fazia fora do meu setor”, diz.
Em seu cargo atual, a servidora é responsável também por tornar o trabalho do ministro mais fácil, verificando a quantidade de processos que vão para pauta, propondo a frente de trabalho a ser executado no gabinete, planejando o que será feito no ano e acompanhando diariamente a execução do plano. “Embora tudo isso pareça rotineiro, nunca se sabe o que vai acontecer”, lembra Janedir.
Sua chegada no TST é prova da imprevisibilidade do futuro. Enquanto procurava emprego para uma prima, foi convidada pelo então vice-presidente do órgão, ministro Carlos Alberto Barata Silva, e assumiu a secretaria da vice-presidência. Depois de algum tempo, prestou concurso interno e foi efetivada com a entrada em vigor da Lei 8112/90.
De lá para cá, ela viu o Judiciário Trabalhista passar por uma grande revolução. O lançamento das metas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é uma dessas mudanças. “A demanda por celeridade, o advento da tecnologia e a constante especialização por parte dos servidores deram nova cara à Justiça Trabalhista”, frisa.
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Cada processo esconde uma vida _________________ |
Janedir terminou o curso de Direito há apenas quatro anos, mas os anos de serviço lhe ensinaram que na Justiça do Trabalho números representam dramas pessoais, carregam histórias que devem ser respeitas e valorizadas. “Cada processo esconde uma vida”, observa.
Questionada sobre um sonho para a Justiça do Trabalho, ela responde: “a celeridade processual é algo real, mas ainda distante de como deveria ser. Há, infelizmente, casos de jurisdicionados que falecem sem ver seu processo julgado”. Mas ela própria aponta o caminho: “é preciso empenho, dedicação e comprometimento”.
O tom de voz forte e a presença marcante deram à servidora a fama de autoritária. “Quem me conhece sabe que o bicho não é tão feio assim”, brinca. “Por outro lado, tenho colegas em todos os setores por onde passei e estou sempre ajudando-os no que posso”, pontua.
E se a vida tivesse tomado outro rumo? “Não gosto das cruzadas do ‘se’, mas acho que me daria bem em qualquer lugar porque minha história é feita de muito empenho e dedicação”.
Engajamento
A servidora é fundadora de várias entidades representativas da categoria, entre elas a ANAJUSTRA. Fez parte do movimento que lutou contra a proposta de extinção da Justiça do Trabalho e a volta a vida sindical é uma das possibilidades para o futuro.
Nome: Janedir Lopes Morata
Formação: bacharel em Direito
Cargo: Chefe de Gabinete
Um livro: A Cabana, de William Young
Uma pessoa: meu avô, Luis Jaime Lopes
Um lugar: Brasília
Uma palavra: amor
Um sonho: será que eu tenho um sonho?
Um hobby: jogar cartas
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