Todo dia é dia de Maria: servidor aposentado do TRT15 publica nova poesia
Entre os exploradores do universo literário está o associado Marco Antonio Brunialti, que transforma pensamentos em poesias e contos desde a tenra idade de 18 anos. Hoje, aposentado como servidor federal pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT15), ele nos leva a uma jornada pelas encruzilhadas de suas reflexões através de suas palavras.
Natural de Itapira, São Paulo, Brunialti encontra sua inspiração no coração da vida cotidiana. Sua escrita é guiada pela dualidade do amor e da política, duas forças que moldam o cenário humano de maneira profunda e complexa. No entanto, é o amor que frequentemente o toca com mais intensidade. E para um romântico assumido, ele enxerga nas palavras do filósofo contemporâneo Zygmunt Bauman sobre o “Amor Líquido” uma triste melodia dos tempos atuais.
Brunialti é um contador de histórias em dois gêneros literários distintos: poesia e conto. “Quando começo a escrever, o conto me domina e me leva sem eu nem perceber”, relata.
Mas suas composições literárias são mais do que apenas uma paixão ou um passatempo, elas se tornaram uma prescrição médica para manter a mente ativa após sua aposentadoria, em 2019. Através da escrita, ele desbrava novos horizontes, exercitando sua criatividade e mantendo seu intelecto afiado.
Brunialti nutre um amor profundo pela literatura, manifestado desde cedo, é um devorador voraz de ficção científica, romance e aventura. Entre os nomes que ele reverencia estão mestres das palavras como Fernando Pessoa, Mario Quintana e Luís de Camões.
Sua incursão na cena literária começou a render frutos já em 1993, quando foi classificado no concurso Antologia com o tema “Lar, Lares e não só Moradias” na categoria Poesia. Em 1998, ele se classificou novamente com o tema “Nas coisas que vejo o humano que desejo”, na categoria Conto.
Antes disso, em 1995, enquanto era funcionário do Banco do Estado de São Paulo, ele sagrou-se vencedor no Concurso de Poesias da Associação dos Funcionários do banco com três temas: “Corpo de Guerra”, “No meu quarto” e “Underground”.
Para o futuro, ele ainda segura dois livros já escritos, que esperam ocasião propícia para serem apresentados ao público. “Um é sobre o nosso momento atual, o escritor tem um papel social e incomoda os poderosos. Mas estamos em uma polarização tão extrema que achei melhor ainda não publicar. Até lá, vou revisá-los e aperfeiçoar a escrita”, explica.
Enquanto os livros não são publicados, confira a mais recente produção dele:
Todo dia é dia de Maria
Maria uma simples menina que se joga na vida
Numa jornada dupla infinita sem receios com liberdade
Ousadia, mãe e operária, juíza e advogada sorriso e dores
Partilhando seus amores, um belo momento um sorrateiro desalento
Em meio aos dias seguindo num escritório batalhando uma causa
Uma sentença uma briga sem começo e fim
Ao menos um telefonema uma mensagem no watts um insta na grama
Um face sem selfie um olhar profundo em si maria ergue seu corpo cansado
E sofrido temperando suas angústias e pequenos ódios, mas como mãe
Perdão ternura e sutileza Maria
Num gesto urbano e sincero no dia a dia amargo de trabalho, faxineira
Doutora juíza polivalente sendo deusa mesmo singelamente
Lá está maria que anota bilhetes toma ônibus e se transfigura em vênus
Mítica e amante na verdade não obstante de carne e osso uma centelha
Divina de anjo e mulher.
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