Sem redes sociais, servidor do TRT15 compartilha poesias por e-mail
Há cerca de cinco anos, Raul Gil Barbosa Sanches teve um insight. “Acredito que na vida há um tempo certo de darmos frutos para que os outros possam saboreá-los.” A frase que resume o início de sua trajetória e interesse pelo universo literário é praticamente uma poesia.
Formado em medicina veterinária, esse sul-mato-grossense mudou de profissão e de Estado, após ser aprovado no concurso de técnico judiciário do TRT15, em 1995. Mas, embora o início da escrita seja recente, Sanches conta que seu convívio com as artes vem de longe, desde a infância, acreditando ter herdado o legado artístico de sua saudosa mãe, que era uma talentosa artista plástica.
Casado com a neuropsicopedagoga Emiliana, com quem tem dois filhos, Matheus e Henrique, atualmente ele mora e trabalha na cidade litorânea de Caraguatatuba (SP), no litoral norte do estado. Sua fonte de inspiração vem da poesia bíblica, onde encontra “a água viva que sacia a sede da alma, mormente em tempos de sequidão.”
E é com a mesma crença que ele diz que “a poesia é uma eficaz ferramenta de evangelização, pois possibilita que a mensagem do Evangelho seja proclamada a pessoas que dificilmente seriam alcançadas de outra maneira. A força do texto poético, assim como das demais formas de expressões artísticas, reside na capacidade de levar o ser humano de volta à sua essência, que é algo espiritual.”
Em tempos de Instagram, Facebook e Tik Tok, Raul Sanches não tem rede social, mas está mais do que à disposição para compartilhar por e-mail, de forma gratuita, suas poesias. “Não comercializo. Para conhecer outros poemas, envie mensagem ao email: raulgilbsanches@gmail.com. Escrevi umas 15 poesias, mas as melhores só fiz neste ano. Minha meta é escrever um livro, quem sabe, né?”
Confira a seguir um poema escrito pelo servidor acerca da aleatoriedade da vida.
Debaixo do sol
Debaixo do sol nada dura
Tudo é líquido e fugaz
Até o homem se desfaz
Da imago Dei só restou a caricatura
Debaixo do sol anda o homem errante
Desde que perdeu a sua conexão
Do seu lugar cada vez mais distante
Ainda hoje reverbera o silêncio de Adão
Debaixo do sol vive o homem sedento
Cavando para si cisternas rotas
Sua alegria só dura um momento
Desde que trocou o manancial por gotas
Debaixo do sol a sequidão destoa
Secaram-se as nascentes e baías
Mas ainda cairá do céu a chuva boa
Enquanto na terra houver fé e poesias
Acessos: 1394