“A Chegada da prima Vera” – Servidor aposentado lança seu primeiro livro
O associado da ANAJUSTRA Federal Ocino Batista aproveitou a sua aposentadoria recém-conquistada para fazer uma das coisas que mais gosta: escrever. Em meio à quarentena e a oportunidade de passar mais tempo em casa, nasceu sua primeira obra, intitulada “A Chegada da prima Vera”, um romance ambientado no sertão do Ceará.
A história com o sertão e a escrita começou em 2010, quando Ocino foi articulista da versão impressa do jornal da Paraíba com uma coluna de opinião, em geral sobre cotidiano, mas também sobre o sertão, das alegrias, desafios e amarguras das pessoas. “Sempre iniciava os textos com a máxima: ‘Lá em nois’, pois é assim que o sertanejo se refere ao seu lugar de origem”, lembra.
Essa coluna, além de ser publicada no jornal da Paraíba, também era reproduzida na intranet do TRT da 13ª Região e era acompanhada por servidores e magistrados. “Todos me cobravam a edição de uma coletânea dos artigos publicados. Porém, com minha aposentadoria, combinada com a quarentena, resolvi que escreveria meu primeiro romance contando coisas ‘Lá de nois’”, explica.
A obra é uma ficção, que narra em torno da vida de Fabiano, nascido em uma fazenda no coração do sertão. O leitor viaja por toda a vida do protagonista, desde as travessuras da infância, os dramas da adolescência, as agruras da vida adulta e suas realizações e amores.
Nesse cenário, também surge outra personagem importante, a prima Vera uma jovem da cidade grande, de pele muito pálida, cabelos vermelhos e olhos azuis, e que desperta muita curiosidade de todos, inclusive de seu primo, Fabiano.
Quer conhecer mais sobre essa história e como a chegada da prima Vera vai mexer com o sertão? O livro está à venda pelo site da Amazon.
Confira alguns trechos que o autor separou:
Sobre a chegada da prima Vera:
O carro estacionou na frente da casa grande, e o Januário apressou-se em descer para abrir a porta traseira esquerda do Sinca rabo de peixe do vovô, de onde desceu aquela figura franzina, de cabelos vermelhos, protegidos por uma boina azul. Trajava um vestido colado ao corpo, do tipo tubinho, pele muito branca e pernas finas como cambitos, lindos olhos azuis como céu, e batom nos lábios, para espanto das meninas, visto que batom era usado somente pelas adultas. Tinha na mão uma pequena bolsa de toalete, o que também não era comum entre as meninas… Olhávamos para a prima com curiosidade. Não demorou muito para alguém cochichar que era uma piaba de pote, outros a comparando ao soldadinho do Araripe, em razão da cabeleira vermelha.”
Sobre a produção agrícola da fazenda:
“A principal atividade agrícola da fazenda era o plantio do fumo, mas não era a única. Plantava-se, também, a mandioca, através dos meeiros, com a finalidade de produzir a farinha d’água, alimento muito usado na região Nordeste, especialmente no Ceará, onde há um dito em que se pergunta se o caboclo gosta de mulher, ele responde que gosta. E de farinha? Vixe!!! Ele revira os olhos!”
Sobre Januário, o capataz da fazenda:
“O Januário era um caboclo pai d’égua, de confiança do meu avô. Destemido, costumava afirmar que só temia os castigos de Deus, assim, ninguém sabia de suas origens. Chegou um dia na fazenda e pediu um rancho para morar e servir ao patrão…”
*Fonte: Livia Lino, da assessoria
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