Cláudio Barros: servidor do TRT22 escreve textos reflexivos sobre assuntos atuais
O associado Cláudio César de Oliveira Barros, do TRT da 22ª Região, tem um processo criativo baseado na sua intuição, assuntos atuais, ou relacionados a evolução espiritual do ser humano. Essa mistura é o que torna a sua criação diferenciada e sempre em atividade. Graças a isso, esta é a segunda vez em que Cláudio colabora com o Espaço Cultural. Confira a primeira matéria.
“A minha maior motivação é o desejo de que mais pessoas possam ter o conhecimento daquilo que acredito ser a realidade”, ressalta o associado, que também colaborou com a revista impressa da ANAJUSTRA Federal, Em pauta, com o seu texto “Martírio Fútil”.
Desde o primeiro contato, no ano passado, a criatividade de Cláudio continuou em atividade, e o Espaço Cultural foi mais uma vez agraciado com novos textos. Os escritos, desta vez, abordam temas atuais, como a pandemia da Covid-19, e acima de tudo, o altruísmo e o cuidado com o próximo.
Embora a escrita intuitiva de Cláudio seja cativante e ajude os leitores a refletir, até o momento, o associado não tem a intenção de publicar uma coletânea. “Nunca tive a pretensão de publicar em larga escala os meus trabalhos, porém, se futuramente juntar uma boa quantidade de material, quem sabe?”, explica.
Além da colaboração anterior, Cláudio também participou da revista Em pauta. Desde então, mais colegas de trabalho passaram a conhecer o seu lado criativo. “Após a divulgação de um dos meus textos, ‘Martírio Fútil’, na última edição impressa da revista, em dezembro, recebi alguns elogios dos colegas de trabalho”, recorda.
Confira os novos textos compartilhados pelo associado. Caso queira entrar em contato com Cláudio, envie uma mensagem para seu perfil no Facebook.
XÔ CORONAVÍRUS, por Cláudio César de Oliveira Barros.
Com a chegada da vacina contra o coronavírus, a tendência é que a quarentena se amenize e a nossa rotina volte ao normal, gradualmente, assim espero…
O legado e a lição que nos deixa esta pandemia e suas consequências, é a experiência de selarmos os nossos laços afetivos e treinarmos o nosso perdão familiar, pois a aproximação e a convivência nos ensina muita coisa, que antes ficara encoberta pela nossa ausência momentânea em nosso lar.
A nossa vida é como se fosse uma ampulheta, e já viemos para cá com o pozinho da areia na medida certa.
Uns vem com média quantidade de pó, outros com muita areia e outros com apenas alguns pozinhos. Tudo a depender do que viemos fazer aqui, e pouco se pode fazer para modificar a quantidade da areia depositada. Isto justifica as mortes prematuras de seres inocentes e a prolongação da vida de outros malfeitores, mas estas são outras histórias e que não vou me ater aqui agora….
Vocês lembram? Até pouco tempo só quem usava máscaras pelas ruas, em público, eram os doentes e os ladrões.
Quem imaginava num passado recente que hoje poderíamos adentrar em um comércio ou banco, mascarados, sem ser notado e sem levantar suspeitas de sermos confundidos com ladrão.
Primeiro porque ninguém naquela época era louco de fazer este tipo de brincadeira, adentrando em um banco com seguranças armados e muitas vezes com os nervos tensos e olhares aguçados devido ao estresse.
Por outro lado, da forma que hoje os dirigentes de alguns países vislumbram o chamado ser humano e a própria família deles, guerras parece ser uma coisa acolá, normal, inatingível e que não acontecem aos seus pés, e que fábricas despejando produtos nocivos à humanidade nos rios é algo que já faz parte da natureza humana, pois é coisa do passado e ninguém liga para isso. Impressionante!
Não é de se admirar que todos nós em um futuro próximo, passemos a usar, não só máscaras, mas também, botas, luvas e capas antirradioativas, se quisermos ainda ter a nossa pele saudável e ter o privilégio de respirarmos este benefício invisível presenteado pelo divino, que é o ar.
Isso mesmo (EPI’s), o contato físico vai ser coisa do passado, e os próprios relacionamentos pessoais de toque pele a pele será muito difícil, pois os apetrechos de proteção serão as nossas partes mais íntimas, e neste caso, seremos parentes estranhos e alienígenas no nosso próprio planeta, intrusos neste planeta verde que tanto necessitamos dele para viver e que tanto amamos, e que ainda vai nos cobrar um preço muito alto se não mudarmos a nossa forma primitiva de convivermos.
Vamos ficar atentos, cobrar, evoluir e não deixar o que escrevi acima ser a realidade para os nossos descendentes.
AGRADEÇA.
Agradeça a água que você tem ao simples ligar o chuveiro, ou ir na geladeira saciar a sua sede com uma água geladinha, pois tem muitos outros irmãos que caminham vários quilômetros para disputar este benefício com outros animais.
Agradeça o corpo que você tem, pois existem muitos irmãos que, simplesmente, não se olham no espelho, por temer a sua própria imagem.
Agradeça a cama ou rede que você dorme, porque tem muitos irmãos que ao dormirem, além do papelão, quando ficam juntos, colados, o calor do corpo ameniza o frio.
Agradeça aos seus pais, pois você nunca poderá pagar o leite materno e salutar e nem os ensinamentos dignos e que hoje você transmite.
Agradeça a sua capacidade de andar, de ver, de ouvir, de falar, de entender com equilíbrio e sensatez, de sair nas ruas sem ser notado, agradeça.
Quando você hoje for deitar, agradeça, e lembre-se desta mensagem que foi trazida de algum local imperceptível aos nossos olhos, e que, por obrigação, devo repassar.
As pessoas falam que só temos uma certeza na vida: A morte. Errado! Temos três: Uma é o falecimento da estrutura física do corpo, a outra, é a certeza de que o espírito é eterno e que sobrevive à carne, e por último, o bônus e o ônus do que fizemos aqui neste plano, e que seremos cobrados, portanto, vamos fazer o bem, sem olhar a quem.
Eu não vim para este planeta para ser servidor público, apenas, você não veio para cá para ser engenheiro, médico, professor, arquiteto, servidor, empresário, vigilante, gari, ou qualquer outra profissão, você veio também para cumprir o que foi determinado e seguir a risca.
Faça o que a sua consciência cutuca. Ela transmite o verdadeiro sentido da vida.
Se fizermos a nossa parte, a terra irá evoluir dignamente e a humanidade seguirá gradualmente ao seu processo de evolução.
Que assim seja!
RELATO DE UM SOCORRISTA.
Faço parte de uma equipe de socorristas emergenciais e certa vez junto com meus colegas de trabalho tive que socorrer algumas pessoas que, desesperadamente, gritavam por ajuda e outros que sucumbiam à morte devido à avalanche que desmoronou a neve de uma alta montanha, soterrando muita gente.
Neste episódio, nunca posso me esquecer de um homem que, na avalanche, mesmo não estando totalmente soterrado, gritava para mim, indicando outras pessoas que estavam próximas a ele e que, na sua opinião, tinham preferência de resgate.
Como a corda de resgate do helicóptero podia carregar somente duas pessoas, concordei com ele, dando preferência àquelas pessoas mais debilitadas e em situação emergencial devido à soterração e hematomas sofridos em razão da queda, já que ele aparentemente estava bem, podendo ainda falar e se arrastar.
No local em que este homem se encontrava ainda havia muitas outras pessoas em situação de alto risco de morte.
Após deixar o sobrevivente em um local seguro, voltei lá e o convidei novamente para ser levado em segurança e consequentemente a um hospital, no intuito de ser averiguado em seu corpo as consequências do acidente, no entanto, mais uma vez ele se recusou dizendo que outras pessoas estavam numa situação pior que ele e deveriam ser levadas primeiro.
Diante daquele cenário desesperador e emergencial, eu não podia perder nem um segundo naquela situação dramática e mais uma vez o deixei para trás resgatando outras pessoas, levando-as ao helicóptero.
Isto aconteceu ainda outra vez, e novamente aquele homem que não posso denominar qualquer adjetivo que se encaixe na sua personalidade, cedeu a sua vez de ser resgatado e se salvar, bravando ferozmente comigo e implorando para que eu ajudasse primeiro a última pessoa que se encontrava naquele local como se fosse seu filho a ser socorrido, dizendo, ainda, que na próxima vez ele poderia ir comigo, pois já se encontrava bastante fraco e debilitado.
Quando deixei esta penúltima pessoa em um local a ser socorrida pelos paramédicos, falei para o piloto do helicóptero para que se dirigisse àquele local de resgate rapidamente, pois ali havia uma vida preciosa a ser socorrida.
Ao chegar ao local onde aquele ser desprovido de qualquer adjetivo estava, ao vê-lo, corri em sua direção, conferi seus pulsamentos e o coração, e simplesmente, caí sobre o seu corpo inerte e vi passar como em um filme a pequenez de toda a minha ajuda e desprovimento benéfico em relação à vida alheia, se comparável ao que ele me ensinou. Chorei como uma criança, implorei a Deus pela sobrevivência daquele amigo desconhecido, que tanto me ajudou naquele dia a salvar outras pessoas e resgatar uma parte das minhas dívidas.
Não teve jeito, ele se foi e eu compreendi naquele momento que existe uma missão para cada um de nós aqui na terra e que, mesmo em situações adversas, Deus nos dá a chance de cumprirmos com louvor a nossa missão.
Eu resgatei muita gente naquele acidente, mas não sou herói, faz parte do meu trabalho, assim como o seu trabalho faz parte da sua vida e de sua sobrevivência, mas aquele nobre ser não estava trabalhando, portanto, ele sim, é um super herói para todos nós e exemplo de altruísmo e respeito à vida de cada ser humano.
Aquele homem não tinha adjetivos para mim ao demonstrar tanto amor às pessoas, sendo qualquer palavra pouca para a sua atitude desapegada, mas por paradoxo devo denominá-lo de: beneficente, caridoso, insigne, humano, entre outras tantas palavras benevolentes…. em suma: providencial.
Eu poderia carregar para o resto da minha vida a culpa por não tê-lo salvado antes, mas não, porque acredito que ele estava certo ao se recusar a ser socorrido, pois agora compreendo que tudo era consequência das leis naturais e fazia parte da sua grande missão aqui na terra, e ele cumpriu honrosa e dignamente a sua jornada, ajudando aquelas pessoas em desespero em detrimento do seu próprio corpo, sendo, consequentemente e provavelmente, logo após o seu desencarne, recebido e festejado com as mais honrosas homenagens e glórias que podem existir no plano superior.
*Fonte: Livia Lino, da assessoria
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