
Livro Falado – Associada publica contos nas redes sociais em parceria com artistas
A servidora do TRT da 2ª Região, Mariza Rodrigues, tem uma história com a escrita de longa data. Na escola, sempre gostou das aulas de português e na adolescência, começou a escrever poesias e também se apaixonou pelo teatro. Nessa época, o talento da associada com as palavras já era evidente, e ela ganhou uma medalha de bronze no concurso da Academia Juvenil de Letras de Santos, cidade onde reside.
Há 15 anos, Mariza voltou a escrever contos e poesias, e em janeiro desse ano, lançou o seu livro, mas com um diferencial: a obra reúne 18 contos, todos narrados e interpretados por artistas da Baixada Santista. “Como os instrumentos de maior visibilidade atualmente são as redes sociais, criei o Projeto Livro Falado como forma de tornar público meus escritos”, explica.
Os contos e cenas teatrais são interpretados por atores e atrizes. Os temas são bastante variados, pois fazem parte do cotidiano de Mariza. “Uso memórias afetivas; histórias ouvidas em ônibus, filas de supermercado; histórias contadas pela família e amigos; notícia de jornal; fotos. O ser humano é riquíssimo e cada um é um livro em potencial”, conta.
Para transformar as histórias em contos, primeiro Mariza os monta em sua mente e depois passa para o papel. “Aos poucos vou revendo o texto, mudando a posição das frases, o sentido das palavras, até que fiquem num formato e narrativa que me agradem.”
O Projeto Livro Falado está disponível nas redes sociais da associada, que já tem recebido convites para ministrar oficinas em escolas. Para conhecer o trabalho completo de Mariza, acesse as páginas do Facebook e Instagram.
Confira alguns dos contos da autora:
“Carpe Diem”
Quando lhe morreu o marido, pareceu que o mundo acabou junto.
Como sair de casa, ir à feira, à padaria, ao mercado, sozinha, sem a incisiva presença ao seu lado?
Porque todas essas tarefas eram feitas por ou com ele, jamais solitária como se não houvesse homem a lhe amparar.
Ficou sem chão.
“O Lava-pés”
Toda noite era assim.
Com a porta do banheiro aberta, ela começava a lavar um pé, dedo por dedo, calcanhar, peito e sola, meticulosamente. Depois o outro.
Vinte anos e o mesmo ritual noturno. A mesma cerimônia: antes de dormir, lavar os pés. Me acostumei.
“A Velha Senhora”
A mulher frágil, de olhar perdido, sentada ao meu lado, não é a minha mãe.
De mãos trêmulas, boca murcha e cara abobalhada, essa senhora não é a mãe que conheci.
Minha mãe não se deixaria mostrar tão humana, tão sem virtudes ou vaidades.
*Fonte: Livia Lino, da assessoria.
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