“Escrever é como respirar”

Liane Brito descreve sua história com a leitura e a escrita.

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Ao longo do tempo, as pessoas mudam, os interesses também, mas as verdadeiras paixões reaparecem quando menos se espera. Com a associada Liane Iracy de Brito também foi assim. Além do poema publicado na edição atual da revista “Em pauta”, conversei com ela para saber qual é a sua história com a escrita e a leitura.

Em nossa breve entrevista, feita por e-mail, Liane contou que começou a escrever ainda criança, após ser alfabetizada. “A escrita surgiu no primário, na quarta série, mais especificamente nas aulas de redação e literatura, e nesta época fui apresentada à coleção ‘Para gostar de ler’ e eu, simplesmente adorei ler, o que faço até hoje. Comecei a expor minhas redações na escola, juntamente com os trabalhos escolares dos demais alunos.”

“Escrever para mim era tão fácil e natural como respirar. Surgia em qualquer lugar, momento e motivo. Muitas vezes escrevi em guardanapo, ou mesmo no ônibus”, diz.

Inspirada pelas experiências e acontecimentos de sua vida, ela também lembra a inspiração da mãe no processo de escrita. “Ela escrevia muito bem, compunha (o que só descobri após o seu falecimento) e declamava com maestria. Aliás, todos de minha família escrevem, alguns desenham, outros tocam instrumentos musicais – eu não. O interessante é que nunca havíamos mostrado o que escrevemos entre nós, até bem pouco tempo. Foi uma agradável surpresa”, afirma.

Apesar da naturalidade para a escrita, atualmente Liane não se dedica como antes. Mas no processo da escrita, ela descobriu a contação de histórias, também de maneira espontânea. “Quando fui morar longe, escrevia enormes cartas para os amigos e parentes. Minhas amigas diziam que nossas cartas se transformariam em livros. Escrevi um dia uma poesia intitulada assim. Foi saborosa. Porém, só percebi essas coisas adulta. Seguia praticando esportes, e acreditava que seria atleta, a leitura e a escrita se incluíam como lazer.”

A escrita quase sempre vem acompanhada de muita leitura. Na vida de Liane não é diferente. “Eu leio o que me chama a atenção, mas sou fã da Martha Medeiros e Cora Coralina. Também gosto do Leandro Karnal, Mário Sérgio Cortella, Érico Veríssimo, Fernando Pessoa e já li diversos autores. Estou aberta a uma boa história, bem contada, uma mensagem que possa trazer algum benefício, uma reflexão. Dia desses li um livro do Divaldo Franco que realmente me impactou pela singeleza e profundidade. Li o livro do Bráulio Bessa e gostei, mas ele é realmente muito bom declamando. Transforma suas poesias declamando.”

Para 2021, Liane antecipa um projeto familiar: “Eu e meus irmãos estamos escrevendo para um blog, feito por uma de minhas irmãs, esta já tem livro de poesias publicadas, mas ainda não está pronto. Oportunamente o divulgarei com o maior prazer para vocês”. Enquanto isso, leia um poema e um conto de autoria da escritora Liane Brito.

Vazia
Por Liane Brito

Como pode se estar bem mas se sentir vazia?
Depois que termina uma relação ,
Em que, finalmente você está com você,
Deseja o bem da outra pessoa,
Quer continuar bem,
Mas não sabe ainda o que fazer?
Quer seguir adiante
Mas aquela pessoa desocupou o seu coração
Há tão pouco tempo que você nitidamente
Sente o vazio que ela deixou.,
Você se sente estranha,
Nem sabe por onde começar.
Foram quase quatro anos de moradia dentro de você.
E agora que desocupou o lugar, ele se encontra vazio.
E você terá que preenchê-lo.
Estranho…
É tudo tão estranho.
Há uma meia parada. O vazio precede
Só depois será possível preencher.

Marcas na janela
Por Liane Brito

Seus dias eram leves.
Conseguiu isso de forma simples.
Via as pessoas passarem, preocupadas, muitas vezes nas primeiras
horas da manhã.
Imaginava como poderia ser assim.
Visualizava e seguia adiante.
Em certas ocasiões, quando a oportunidade aparecia, interagia
procurando alterar alguma coisa. E os dias passavam.
Tudo aconteceu de repente.
Em um certo dia, ao acordar, ela estava lá.
Uma marca na janela.
Não a tinha visto antes. Há quanto tempo estava lá?
Olhou demoradamente, talvez mais que o suficiente.
Tratou-se de levantar e seguir sua rotina.
Mais um dia se passou, e, ao acordar, havia uma nova marca.
Uma só não bastou, precisou se associar.
Observou novamente.
Sua rotina começou a mudar pois agora se detinha na cama um pouco
mais.
E assim os dias foram passando.
E as marcas somando.
Aquelas marcas mudavam um pouco o exterior, juntavam-se a ele,
faziam uma nova imagem.
Uma dança contínua em sua janela , e ele o espectador.
Certo dia, sua vizinha chegou cedo com um café.
Convidou-a para entrar e compartilhar um bolo que havia feito no dia
anterior.

Conversavam animadamente quando um ruído enorme ecoou lá fora.
Ela correu e viu, através das janelas, um homem que corria com uma
arma na mão e um outro deitado no chão.
Voltou correndo e o puxou para fora ao se aproximar.
Ao chegarem à rua, encontraram um homem agonizante. Chamaram a
polícia, que ao chegar constatou o óbito.
Naquele dia tudo mudou.
Viraram testemunhas de um assassinato e os depoimentos em
delegacia passaram a fazer parte disso.
Ele não vira nada, encontrou o homem agonizante, quase moribundo.
Ela assistiu a tudo pela janela. Forneceu todos os detalhes.
Seus depoimentos foram colhidos na delegacia.
Algum tempo depois encontraram o suspeito, que se dizia inocente,
mas foi devidamente reconhecido por ela.
Foram ouvidos no tribunal. O homem ainda jurava inocência.
Ela estava satisfeita,apesar dos transtornos com depoimentos e idas à
delegacia, pois estava ajudando na solução de um crime.
Já se imaginava como heroína, seu nome ficaria estampado nos jornais
como a mulher que ajudou a fazer a justiça acontecer.
Ele resolvou acordar mais cedo para finalmente limpar a janela,
totalmente imunda.
Foi maravilhoso!
Pôde ver a real paisagem de sua janela que há muito tempo não via,
alterada por tanta sujeira. Sorriu satisfeito e orgulhoso para si mesmo.
Sua vizinha chegou com novo café acompanhado de duas tapiocas.
Novamente a convidou para entrar e sentados à mesa, puderam
saborear um bom café e uma boa prosa.
Mas tudo estava diferente, principalmente para ela, que olhando pela
janela, via tudo com mais clareza.
E agora dentro dela brotava uma dúvida: o homem visto era mesmo
aquele reconhecido na delegacia? Ela não possuía mais aquela
certeza.

Estaria com seu depoimento ajudando à justiça ou fazendo uma
injustiça?
Lembrava o semblante daquele homem, totalmente desesperado, sem
esperanças, desacreditado, em meio às acusações que lhe atribuíam
os parentes da vítima e o público ávido de vingança.
Ele parecia um animal acuado, frágil… Inocente!
Sim, podia sentir no peito, inocente. Tinha que fazer alguma coisa.
Pôs-se de pé e ele se ofereceu para acompanhá-la à delegacia.
Fizeram tudo o que era necessário para desfazer o mal entendido.
Depois disso, ele não teve mais marcas na janela.

Fim

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