Autobiografia “Uma Nova Mulher: Evolução e Significados” é lançada por servidora do TRT20
“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Esse trecho da canção “Dom de Iludir”, composta por Caetano Veloso, pode ser mais uma frase para algumas pessoas e passar despercebida entre tantas músicas. Para Cynara Rezende, servidora do TRT20, ela soa como um alerta para relembrar as escolhas feitas na vida. Mas o que fazer com as situações que não são desejadas ou não podem ser escolhidas? No caso dela, um aneurisma e um câncer de mama foram superados mas não foram apagados de sua trajetória, lançada este ano, em formato de autobiografia.
“Um Nova Mulher: Evolução e Significados” é quase um diário, espontâneo, com linguagem descomplicada, criado a partir de experiências que revelam um pouco da essência da servidora. “Resolvi relatar alguns fatos da minha história porque quero deixar a minha marca e contribuir com algumas reflexões positivas”, explica Cynara. O humor foi escolhido por ela para continuar a ver alguma graça na vida, mesmo nos momentos mais difíceis, onde a religiosidade foi outra aliada para tentar compreender o porquê ou para quê passou por situações extremas como o tratamento da quimioterapia.
Escrever nunca foi um problema para Cynara, nem quando era adolescente, muito menos na função desempenhada no Tribunal. “Os escritos da adolescência refletem muito bem os dramas pelos quais passei nessa fase de autoafirmação, algumas vezes acordava no meio da noite e algumas ideias surgiam e eu não perdia tempo e escrevia. Sempre foi muito tranquilo para mim transformar em palavras escritas e faladas o conhecimento já adquirido.”
Apesar de ser o primeiro livro publicado, ela tem outros projetos para serem impressos, “alguns escritos elaborados na adolescência, poemas, divagações, os quais pretendo agrupá-los em um só livro, no formato de bolso. Também pretendo publicar meu trabalho de conclusão de curso em Psicologia a respeito da sexualidade feminina na terceira idade. Foi um estudo muito bem elaborado e pretendo levá-lo ao conhecimento social, transformando-o em livro, mais aprofundado, porque o assunto sempre será atual”, afirma.
Inspiração é o que não falta para ela, tanto em prosa quanto em verso, ou pode ser apenas um dicionário da Língua Portuguesa. “Um livro que marcou demais minha adolescência foi ‘Olhai os Lírios do Campo’, de Érico Veríssimo, eu me vi naquela estória. Li quase todos os livros de Machado de Assis, admiro esse autor, sua linguagem e modo de expressar uma ideia. Li diversos livros, mas, hoje, o que revela meu estilo e acho excelente em todos os aspectos é: ‘A Elegância do Ouriço’, de Muriel Barbery, simplesmente fantástico. Ah! Gosto dos escritos de Fernando Pessoa, eu viajo mentalmente com suas colocações. Possuo muitos livros dele.”
Em Outubro, Cynara apresentará o primeiro livro na Bienal que vai ser realizada na cidade de Itabaiana, em Sergipe, apesar de ter lançado o livro em outras ocasiões mais íntimas, como na data do seu aniversário e para os colegas do TRT, em Aracaju, durante uma homenagem às mulheres, em março. Para quem reside em Sergipe, “Um Nova Mulher: Evolução e Significados” é vendido nas Livrarias Saraiva e Escariz. Outras informações podem ser obtidas diretamente com a servidora pelo e-mail: cyrefb@gmail.com.
Confira abaixo alguns trechos do livro:
“Um Nova Mulher: Evolução e Significados
Não desejo a ninguém uma sessão sequer de químio e não me sinto nem um pouco à vontade com a mastectomia total de apenas uma mama. Meus movimentos não são mais os mesmos, houve
uma mudança de hábitos, menopausa precoce, fui alertada de não fazer sequer força no braço direito, nada de peso, de varrer casa, pegar bebê; entendo que tudo isso se deve ao fato de eu ter esvaziado as axilas (retirada dos linfonodos); mas sinto a falta desse prolongamento natural dos nervos, músculos, glândulas, pois, mesmo com a prótese, a ausência da mama é sentida consideravelmente. A retirada antecipada é uma prevenção de algo que poderia acontecer; já a químio, mesmo aterrorizante, existe para auxiliar na cura. Bom, a
vida é assim, feita de escolhas, somente com a maturidade fazemos escolhas assumindo-as. Eu não anteciparia.
Se acredito em milagre? Não tenho dúvidas, sou exemplo vivo disso, minha vida é regada de bênçãos divinas, a minha fé conduziu-me para que eu saísse de tantas, com louvor. Será que foi por mim mesma? Não. A força divina me fez sair de tantas misérias por que passei, parecia um pesadelo que não tinha fim. Quantas vezes estive ameaçada de morte e sobrevivi milagrosamente, momentos em que a oraçao da Ave-Maria era forte no pensamento!
Durante a químio, normalmente, quando estava tomando banho, socava a parede com muita força, num choro
desesperado e pedia a Deus fortaleza. Perguntei diversas vezes qual a minha missão e também fiz questionamentos; O que é normal: – Por que e para quê? Mas, hoje, o que está valendo mesmo para mim é a minha saúde e a paz de espírito que não têm preço; notadamente porque mantive a minha capacidade de amar. Sinto-me curada de corpo e alma!
– “Tu.do posso Naquele que me fortalece” Salmo 91.
(p.128)
Pelos relatos que fiz desses dois momentos marcantes da minha vida, posso dizer que tenho o sentimento de que o aneurisma veio para provocar mudanças em muitas pessoas que faziam parte da minha vida e tantas outras que posteriormente foram chegando; mas o câncer mexeu com asminhas estruturas físicas, emocionais, morais e espirituais. Senti-me como o vaso do oleiro; mas estou tranquila, porque na verdade sei que me encontro nas mãos do Senhor da minha vida (Jeremias, 18) desde o dia em que fui concebida.
Faço minhas as palavras do Pe. Rufus Pereira, quando definiu o Ser Supremo na sua unidade trina e presença em nossasvidas: ‘Deus Pai – Deus por nós; Jesus Cristo – Deus conosco e
Espmto Santo – Deus em nós’ (Pereira, Rufus (Padre). Passos para a cura. São Paulo: Editora Canção Nova, 2003).
Como já dito, não há explicação para tudo, temos apenas que acolher e sentir com o coração. No mais, sejamos nós mesmos, vamos amar, simplesmente, andar com dignidade, a graça vai chegando e acontecendo, porque, como enunciado numa música – Dom de Iludir – de Caetano Veloso: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Então, faze a tua escolha de seres como queres. Se fores bom, sentirás paz e
seras feliz (p.129)”.
“Meus Filhos
Os dias mais lindos da minha vida foram quando eu tive meus filhos, uma emoção indescritível, porque simplesmente só sabe quem sente. Você sai de casa e em poucas horas vê, toca e chora ao sentir aquela criaturinha linda que acabou de sair de sua barriga. Depois, não demorou muito, recebi o presente mais gostoso e lindo da minha vida, o beijo de meus filhos, incomparável!
Estou de acordo com as palavras de José Saramago:
‘Filho é um ser que nos foi emprestado para um curso intensivo de como amar alguém além de nós
mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter
coragem. Isso mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é expor-se
a todo o tipo de dor, principalmente o da incerteza de agir corretamente e do medo de perder algo tão
amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo’ (José de Sousa Saramago foi um escritor, argumentista, teatrólogo, ensaísta, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português. Disponível em www.focoemgeracoes.com.br, acessado em 06/02/2015).
Faço questão de deixar registradas algumas palavrinhas que já escrevi nos livros de meus filhos quando vinha o dever de casa pela época do Dia das Mães:
Sobre meu filho Gabriel: Meu filho sempre foi desejado por mim, ele é o presente divino, juntamente com minha
filha Nathália, que dão sentido à minha existência. Ah! Ele é lindo! Tem um coração especialíssimo, a bondade que emana do seu ser é admirável. É uma criança saudável, inteligente e herdou a boa memória da mãe, assim eu digo. Filho, amo você, do jeito exato que é!
Nathália, filha linda, minha flor de maracujá! Chamo-a (p.63) assim por considerar que essa flor tem uma beleza singular, assim é minha filha; por sinal, há no quarto dela dois quadros pintados por Gildete Aragão de duas flores de maracujá, pintados a partir de fotografias.
Nathália tem um raciocínio sobre as coisas da vida, que às vezes tenho a impressão de que já nasceu sabendo. As vezes me deparo olhando para ela e penso como gostaria de ter sido assim há mais tempo.
A maturidade custou a chegar para mim, confesso que aprendi muito na dor, assumo, talvez porque eu fosse muito ingênua. Mas, amigos, não se assustem, hoje, mesmo sendo mais preparada para a vida, permanece em mim a inocência do meu ser, por ser da minha essência. Vai um recadinho:
‘Não invejes os maus, nem desejes estar com eles’ (Provérbios 24, 1).
Amo os dois, por igual, isso mesmo, há quem pense que às vezes uma mãe ame mais um filho do que outro, ledo engano. Amor é amor, ou se ama ou não se ama, não há intensidade no amor, o que as pessoas confundem é o gostar mais de. Explico, gente se ama, mas, objeto, animais, qualidades e comportamentos se gosta. Então, pode ocorrer que gostemos mais de alguns comportamentos e qualidades de um e menos de outro; é um encontro de afinidades, é normal que os ‘iguais’ se identifiquem.
Quanto a meus filhos, é incrível que cada um possui muitas qualidades diferentes, mas aprecio todas elas, olho para um e me encanto, depois corro o olhar para o outro e me comovo. Bom, sou feliz por ser mãe de vocês, criaturinhas abençoadas!
Eles sabem e nunca esquecerão que os amo muito, do jeitinho que são, pois já está gravado em seus coraçõezinhos, ainda que eu esteja do outro lado do mundo. Por isso, tenho (p.64) certeza de que saberão enfrentar as adversidades da vida, sem perder o equilíbrio.
Podem perguntar para eles qual a melhor mãe do mundo, eles responderão que sou eu, simplesmente porque eu sou a mãe deles.
Para finalizar, eles sabem, pelas diversas situações por que passaram e que fiz questão de pontuar diante de qualquer obstáculo, que tudo se resolve.
Ah! Agradeço a Ludmila Dinelli, uma mãe exemplar em quem me espelhei. Eu dizia que se eu conseguisse ser a metade da mãe que ela era, já me daria por satisfeita. Pois bem, amiga, superei-me, não é que pude ser uma mãe inteira para meus filhos, simplesmente única?!!
Desejo que vocês, filhinhos lindos, sejam felizes , leves e abençoados, por toda a existência! (p.65)”.
“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Esse trecho da canção “Dom de Iludir”, composta por Caetano Veloso, pode ser mais uma frase para algumas pessoas e passar despercebida entre tantas músicas. Para Cynara Rezende, servidora do TRT20, ela soa como um alerta para relembrar as escolhas feitas na vida. Mas o que fazer com as situações que não são desejadas ou não podem ser escolhidas? No caso dela, um aneurisma e um câncer de mama foram superados mas não foram apagados de sua trajetória, lançada este ano, em formato de autobiografia.
“Um Nova Mulher: Evolução e Significados” é quase um diário, espontâneo, com linguagem descomplicada, criado a partir de experiências que revelam um pouco da essência da servidora. “Resolvi relatar alguns fatos da minha história porque quero deixar a minha marca e contribuir com algumas reflexões positivas”, explica Cynara. O humor foi escolhido por ela para continuar a ver alguma graça na vida, mesmo nos momentos mais difíceis, onde a religiosidade foi outra aliada para tentar compreender o porquê ou para quê passou por situações extremas como o tratamento da quimioterapia.
Escrever nunca foi um problema para Cynara, nem quando era adolescente, muito menos na função desempenhada no Tribunal. “Os escritos da adolescência refletem muito bem os dramas pelos quais passei nessa fase de autoafirmação, algumas vezes acordava no meio da noite e algumas ideias surgiam e eu não perdia tempo e escrevia. Sempre foi muito tranquilo para mim transformar em palavras escritas e faladas o conhecimento já adquirido.”
Apesar de ser o primeiro livro publicado, ela tem outros projetos para serem impressos, “alguns escritos elaborados na adolescência, poemas, divagações, os quais pretendo agrupá-los em um só livro, no formato de bolso. Também pretendo publicar meu trabalho de conclusão de curso em Psicologia a respeito da sexualidade feminina na terceira idade. Foi um estudo muito bem elaborado e pretendo levá-lo ao conhecimento social, transformando-o em livro, mais aprofundado, porque o assunto sempre será atual”, afirma.
Inspiração é o que não falta para ela, tanto em prosa quanto em verso, ou pode ser apenas um dicionário da Língua Portuguesa. “Um livro que marcou demais minha adolescência foi ‘Olhai os Lírios do Campo’, de Érico Veríssimo, eu me vi naquela estória. Li quase todos os livros de Machado de Assis, admiro esse autor, sua linguagem e modo de expressar uma ideia. Li diversos livros, mas, hoje, o que revela meu estilo e acho excelente em todos os aspectos é: ‘A Elegância do Ouriço’, de Muriel Barbery, simplesmente fantástico. Ah! Gosto dos escritos de Fernando Pessoa, eu viajo mentalmente com suas colocações. Possuo muitos livros dele.”
Em Outubro, Cynara apresentará o primeiro livro na Bienal que vai ser realizada na cidade de Itabaiana, em Sergipe, apesar de ter lançado o livro em outras ocasiões mais íntimas, como na data do seu aniversário e para os colegas do TRT, em Aracaju, durante uma homenagem às mulheres, em março. Para quem reside em Sergipe, “Um Nova Mulher: Evolução e Significados” é vendido nas Livrarias Saraiva e Escariz. Outras informações podem ser obtidas diretamente com a servidora pelo e-mail: cyrefb@gmail.com.
Confira abaixo alguns trechos do livro:
“Um Nova Mulher: Evolução e Significados
Não desejo a ninguém uma sessão sequer de químio e não me sinto nem um pouco à vontade com a mastectomia total de apenas uma mama. Meus movimentos não são mais os mesmos, houve
uma mudança de hábitos, menopausa precoce, fui alertada de não fazer sequer força no braço direito, nada de peso, de varrer casa, pegar bebê; entendo que tudo isso se deve ao fato de eu ter esvaziado as axilas (retirada dos linfonodos); mas sinto a falta desse prolongamento natural dos nervos, músculos, glândulas, pois, mesmo com a prótese, a ausência da mama é sentida consideravelmente. A retirada antecipada é uma prevenção de algo que poderia acontecer; já a químio, mesmo aterrorizante, existe para auxiliar na cura. Bom, a
vida é assim, feita de escolhas, somente com a maturidade fazemos escolhas assumindo-as. Eu não anteciparia.
Se acredito em milagre? Não tenho dúvidas, sou exemplo vivo disso, minha vida é regada de bênçãos divinas, a minha fé conduziu-me para que eu saísse de tantas, com louvor. Será que foi por mim mesma? Não. A força divina me fez sair de tantas misérias por que passei, parecia um pesadelo que não tinha fim. Quantas vezes estive ameaçada de morte e sobrevivi milagrosamente, momentos em que a oraçao da Ave-Maria era forte no pensamento!
Durante a químio, normalmente, quando estava tomando banho, socava a parede com muita força, num choro
desesperado e pedia a Deus fortaleza. Perguntei diversas vezes qual a minha missão e também fiz questionamentos; O que é normal: – Por que e para quê? Mas, hoje, o que está valendo mesmo para mim é a minha saúde e a paz de espírito que não têm preço; notadamente porque mantive a minha capacidade de amar. Sinto-me curada de corpo e alma!
– “Tu.do posso Naquele que me fortalece” Salmo 91.
(p.128)
Pelos relatos que fiz desses dois momentos marcantes da minha vida, posso dizer que tenho o sentimento de que o aneurisma veio para provocar mudanças em muitas pessoas que faziam parte da minha vida e tantas outras que posteriormente foram chegando; mas o câncer mexeu com asminhas estruturas físicas, emocionais, morais e espirituais. Senti-me como o vaso do oleiro; mas estou tranquila, porque na verdade sei que me encontro nas mãos do Senhor da minha vida (Jeremias, 18) desde o dia em que fui concebida.
Faço minhas as palavras do Pe. Rufus Pereira, quando definiu o Ser Supremo na sua unidade trina e presença em nossasvidas: ‘Deus Pai – Deus por nós; Jesus Cristo – Deus conosco e
Espmto Santo – Deus em nós’ (Pereira, Rufus (Padre). Passos para a cura. São Paulo: Editora Canção Nova, 2003).
Como já dito, não há explicação para tudo, temos apenas que acolher e sentir com o coração. No mais, sejamos nós mesmos, vamos amar, simplesmente, andar com dignidade, a graça vai chegando e acontecendo, porque, como enunciado numa música – Dom de Iludir – de Caetano Veloso: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Então, faze a tua escolha de seres como queres. Se fores bom, sentirás paz e
seras feliz (p.129)”.
“Meus Filhos
Os dias mais lindos da minha vida foram quando eu tive meus filhos, uma emoção indescritível, porque simplesmente só sabe quem sente. Você sai de casa e em poucas horas vê, toca e chora ao sentir aquela criaturinha linda que acabou de sair de sua barriga. Depois, não demorou muito, recebi o presente mais gostoso e lindo da minha vida, o beijo de meus filhos, incomparável!
Estou de acordo com as palavras de José Saramago:
‘Filho é um ser que nos foi emprestado para um curso intensivo de como amar alguém além de nós
mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter
coragem. Isso mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é expor-se
a todo o tipo de dor, principalmente o da incerteza de agir corretamente e do medo de perder algo tão
amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo’ (José de Sousa Saramago foi um escritor, argumentista, teatrólogo, ensaísta, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português. Disponível em www.focoemgeracoes.com.br, acessado em 06/02/2015).
Faço questão de deixar registradas algumas palavrinhas que já escrevi nos livros de meus filhos quando vinha o dever de casa pela época do Dia das Mães:
Sobre meu filho Gabriel: Meu filho sempre foi desejado por mim, ele é o presente divino, juntamente com minha
filha Nathália, que dão sentido à minha existência. Ah! Ele é lindo! Tem um coração especialíssimo, a bondade que emana do seu ser é admirável. É uma criança saudável, inteligente e herdou a boa memória da mãe, assim eu digo. Filho, amo você, do jeito exato que é!
Nathália, filha linda, minha flor de maracujá! Chamo-a (p.63) assim por considerar que essa flor tem uma beleza singular, assim é minha filha; por sinal, há no quarto dela dois quadros pintados por Gildete Aragão de duas flores de maracujá, pintados a partir de fotografias.
Nathália tem um raciocínio sobre as coisas da vida, que às vezes tenho a impressão de que já nasceu sabendo. As vezes me deparo olhando para ela e penso como gostaria de ter sido assim há mais tempo.
A maturidade custou a chegar para mim, confesso que aprendi muito na dor, assumo, talvez porque eu fosse muito ingênua. Mas, amigos, não se assustem, hoje, mesmo sendo mais preparada para a vida, permanece em mim a inocência do meu ser, por ser da minha essência. Vai um recadinho:
‘Não invejes os maus, nem desejes estar com eles’ (Provérbios 24, 1).
Amo os dois, por igual, isso mesmo, há quem pense que às vezes uma mãe ame mais um filho do que outro, ledo engano. Amor é amor, ou se ama ou não se ama, não há intensidade no amor, o que as pessoas confundem é o gostar mais de. Explico, gente se ama, mas, objeto, animais, qualidades e comportamentos se gosta. Então, pode ocorrer que gostemos mais de alguns comportamentos e qualidades de um e menos de outro; é um encontro de afinidades, é normal que os ‘iguais’ se identifiquem.
Quanto a meus filhos, é incrível que cada um possui muitas qualidades diferentes, mas aprecio todas elas, olho para um e me encanto, depois corro o olhar para o outro e me comovo. Bom, sou feliz por ser mãe de vocês, criaturinhas abençoadas!
Eles sabem e nunca esquecerão que os amo muito, do jeitinho que são, pois já está gravado em seus coraçõezinhos, ainda que eu esteja do outro lado do mundo. Por isso, tenho (p.64) certeza de que saberão enfrentar as adversidades da vida, sem perder o equilíbrio.
Podem perguntar para eles qual a melhor mãe do mundo, eles responderão que sou eu, simplesmente porque eu sou a mãe deles.
Para finalizar, eles sabem, pelas diversas situações por que passaram e que fiz questão de pontuar diante de qualquer obstáculo, que tudo se resolve.
Ah! Agradeço a Ludmila Dinelli, uma mãe exemplar em quem me espelhei. Eu dizia que se eu conseguisse ser a metade da mãe que ela era, já me daria por satisfeita. Pois bem, amiga, superei-me, não é que pude ser uma mãe inteira para meus filhos, simplesmente única?!!
Desejo que vocês, filhinhos lindos, sejam felizes , leves e abençoados, por toda a existência! (p.65)”.
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