Romance escrito por servidor do TRT5 vence prêmio nacional do Sesc de Literatura

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“Céus e Terra” é o título do romance premiado este ano no concurso nacional do Sesc de Literatura, responsável por revelar os talentos literários espalhados pelo Brasil. O vencedor do prêmio na categoria romance, entre 794 concorrentes, é o jornalista e servidor do TRT5, Franklin Carvalho, que se prepara para apresentar a obra aos leitores na Feira Literária Internacional de Paraty, no próximo mês. O livro será publicado pela Editora Record e tem previsão para ser lançado no mês de novembro, na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro.

Natural de Araci, no sertão da Bahia, Franklin se distanciou de sua cidade natal quando se mudou para Salvador e entrou no turbilhão urbano da capital por conta da função de repórter policial. “Através de minha mãe e de novos amigos, aumentei ultimamente meus laços com o interior. Hoje sou mais country, voltei às origens’, disse. Atualmente na Assessoria de Comunicação do Regional baiano, o escritor passa a maior parte do tempo no computador, “checando informações e redigindo matérias. Quando chego em casa, só consigo escrever meus textos à caneta, riscando e rabiscando nas entrelinhas, os tais garranchos. Ao final da composição, traduzo, digitando e revisando na tela.”

Além de ser uma função diferente da exercida em redação, enquanto repórter, o trabalho no Tribunal provocou no servidor outra percepção da sociedade. “O fato de trabalhar na Justiça do Trabalho alargou a minha visão dos direitos humanos e a partir daí percebi ainda mais como eles são desrespeitados, principalmente na minha terra de origem, o sertão da Bahia. Vi bem ressaltada a exploração de crianças e do trabalho doméstico, principalmente, que remete à escravidão, ao período pré-república”, afirmou.

Realidade e ficção se entrelaçam nas histórias escritas por Franklin que recorda desde a infância o apreço pela criação literária. “Sempre gostei de inventar histórias, e que elas tivessem muitos acontecimentos, fossem abundantes. Quando criança, lembro que a professora gostou de uma redação minha e me pôs na frente da sala, para contar para os outros meninos o que tinha composto, sem ler. Eles gostaram e, no dia seguinte, inventei outra história para a turma.”

Ler outras histórias também faz parte da rotina criativa do servidor, “principalmente autores que gostam de subverter a forma de narrar. Gosto muito dos europeus (Kazantzákis, Saramago, Günter Grass, Virgínia Wolf e Milorad Pávitch) e, no Brasil, sou fã de Graciliano Ramos e Josué Montello. Gosto muito de quadrinhos ingleses e do cordel, com sua fantasia transnacional, o ‘Pavão Misterioso’ que viaja pelo céu da Turquia.”

Carvalho cita ainda dois jornalistas que produziram livros reveladores: o russo-brasileiro Samuel Wainer (“Minha razão de Viver”) e o italiano Roberto Saviano (“Gomorra”). “O primeiro trabalhou com Getúlio Vargas e denuncia os bastidores da política, as conspirações para derrubar alguém do poder e colocar no lugar outro pior. Já Saviano expôs as vísceras da máfia e dos negócios, onde o ser humano é usado como mercadoria. Eles revelam a que ponto se criam ilusões para obter o poder, massacrando os mais fracos. Para aliviar, recomendo a poesia de Carlos Drummond, que contém lirismo para mulheres, homens, crianças, idosos, na feira, no futebol, nos hospitais e no amor. Kátia Borges é a poesia de calça jeans, urbana, e Manoel de Barros é a palavra exata.”

Autor dos livros de contos independentes “Câmara e Cadeia” (2004) e “O Encourado” (2009), Franklin explica como é o seu processo criativo. “Parece que não sou eu que detenho a história, mas que estou lembrando de algo que aconteceu, que está na minha memória e preciso escrever. Fico ao mesmo tempo interessado e incomodado, com os vários personagens e seus comportamentos hilários, revoltosos, sentimentais, etc, mas sei que preciso ser fiel a uma história’verdadeira, coerente. Todo o meu trabalho é tirar o excedente, o que não pertence à história ‘real’, é uma forma de corte da inspiração, mas nos faz a todos felizes, eu e os personagens, que me deixam em paz”, disse.

Além da crença no próprio talento, o escritor afirma que é “necessário ter uma verdade muito grande para continuar e alcançar o que se pretende, seja no primeiro livro, seja no segundo, seja começando de novo, criando de uma forma diferente. O mercado é muito restrito e ilógico, e exige todo sacrifício”, explicou.

Sobre o romance premiado

“Céus e Terra” conta a história do menino Galego, que aos doze anos é convocado para salvar um cigano crucificado e acaba morrendo. Como uma espécie de fantasma, o personagem acompanhará uma família de pessoas bastante simples do sertão baiano, durante o ano de 1974. Ainda que transite por temas densos, como religião e morte e dramas familiares, o olhar do menino confere uma leveza lírica à narrativa.

Para entrar em contato com o servidor e escritor, envie e-mail para frank.roo62@gmail.com. Confira abaixo trechos de contos e poemas escritos por Franklin Carvalho.

Encontro 

Para encontrar respostas, procure-as na natureza, nas dobras da natureza, em seus socavões, explosões, erupções, choques, erosões, corrosões, desmoronamentos, mortes, fecundações e nascimentos. Nas ondas e órbitas. E na vida, que germina em todos os lugares, nos cantos mais escuros. Depois, perscrute o mistério, o impossível e o inexplicável, que abundam nas leis mais rígidas e em todas as camadas do tempo. Por último, persiga a intuição, as deduções, os devaneios e as coincidências de interpretação que jazem nas artes, nas religiões e nos instintos dos que vivem. Como eles traduzem a experiência? O que há de comum em todas as vozes do mundo? Há verdades tão antigas que o silêncio, sendo cego, pode vê-las quando sonha.

Ecce vacuum 

Numa coisa, o homem puxou a Deus: nada os incomoda mais do que o vazio. Para o homem, então, vazio é melancolia, tédio, tristeza e é a ameaça de morte iminente. O silêncio é assustador, o escuro é assombrado. Do nada, do fundo do éter, o caos nos observa afiando as suas unhas, escondido. Por que temos esse medo, essa expectativa de que algo vai brotar eruptivo do vazio? E por que assim, inesperadamente, intempestivamente, de forma a suprimir todas as outras coisas, tragando um universo enorme? Quando foi que isso já aconteceu?

Anteontem

A morte é como o dia de amanhã:
Ninguém sabe a sua cara, mas confiamos em Deus

Então limpamos os tanques
Raspamos o limo seco dos tanques
Apuramos a vista costurando no escuro 
Banhamos os pés e dormimos cansados

Finalmente outra manhã 
E não mexemos um dedo
O futuro vem de novo 
E bagunça a casa inteira

A dona da tua casa

A morte é moça de buço
Que coça com faca cega
As dobras sujas da pança
A morte é velha e criança

É tua mãe e te nega
A morte sua e se embaça
Essa mulher sem-vergonha
Maquiada de fumaça

Tem um bafo de pimenta
Bem no hálito das pernas
A sua roupa é de rugas
A sua boca é de trevas

A morte é mofa, balofa,
Banguela e feia e vizinha
Eu só vejo a morte tua
Tu só vês a morte minha

É uma rã escondida
Na poeira das panelas
É uma aranha cosendo 
A teia atrás das janelas

Ela rouba tua louça
E dispersa teu faqueiro
Ela toma teus lençóis
Ela tira teu dinheiro 

Te acompanha a vida inteira, 
Um sentimento bizarro,
Tem um corpo de madeira
Tem um coração de barro

Nó na língua 

Dia desses desisto de escrever com correção, pelo menos no whatsapp, onde todos estão engolindo pontos de interrogação, juntando agente e onde “tudo estar bem”. Às vezes me policio e digo: “você tem que dar o exemplo, a língua é um dos fundamentos da República”.
Certo é que quando vejo uma palavra com uma grafia diferente da que estou acostumado, questiono se estou errado e até vou ao dicionário (às vezes a falha é minha mesmo!), mas meus interlocutores parecem não se importar se redijo “quando?” e me respondem “cuando puder!”. Nenhum problema nisso, entendo as carências da sociedade e, como diria meu amigo Zezão, a recorrente legenda “a falta de políticas públicas”.
A questão é que a República Língua tem problemas maiores. Um mototaxista no interior me contou que seu irmão foi preso em setembro e solto em março. Diante de meu olhar confuso, indagou:
– Depois de setembro, vem o quê? Março ou maio? Eu não entendo essas coisas…
Outro dia, conversando com um estudante de Direito, alertei para o fato de a população pobre achar que questões criminais são resolvidas com pagamentos. Paga-se R$ 3 mil a um advogado, obtém-se um habeas corpus e o sujeito é solto. O processo, que é apenas mais um na pilha imensa do fórum, não anda e o réu primário volta à vida normal, para nunca mais errar. Para a sua família carente custou uma fortuna, mas o problema está liquidado, fez-se a Justiça, perdoou-se o pecado leve – usar uma moto desviada, dirigir embriagado etc.
Lembro da dupla Chico Buarque e Gilberto Gil perguntando “Esse pileque homérico no mundo, de que adianta ter boa vontade?”. E antes que eu decida o que fazer, o whatsapp vibra no meu bolso dizendo “O mundo vai acabar no domingo. Repasse para 12 amigos que você sobrevive”. Devo repassar?

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