Servidora lança livro de poemas e afirma que a escrita é uma catarse
Na contracapa do seu primeiro livro publicado, a servidora aposentada do TRT2, Maria do Carmo Rodrigues, deixou um recado aos leitores: “não sei se o que faço é poema, verso, rima ou soneto. Apenas deixo fluir o que sinto nas estrofes e assim faço pousar meus sentimentos. Algumas geram versos e versões do que sou, de quem fui ou daquela que desejo ser.
“Versos e Versões – Poesia Pé no Chão” é o resultado da dedicação de Maria do Carmo à escrita de maneira profissional, após a mudança no cotidiano que passou a ser planejado alguns meses antes de sua saída definitiva da JT. Mas a vivência de três décadas em meio às audiências no Fórum sempre despertaram o interesse da escritora. “O convívio com advogados, procuradores, juízes, serventuários, reclamantes, prepostos e toda sorte de gente que milita ou apenas circula pelo ambiente da justiça trabalhista, sempre me instigavam a redigir os ‘causos’ vivenciados e me deixavam com aquela inquietante sensação de ‘eu preciso escrever sobre isso’”, relembrou.
Para algumas pessoas, a leitura e a escrita são apenas passatempo. Para Maria do Carmo sempre foram seus alicerces pessoal e profissional. “Criei-me e montei minha carreira profissional em meio a trabalhos acadêmicos, cartinhas para os amigos, diários juvenis e relatórios profissionais.” Em 2014, sob o pseudônimo “Téia Camargo”, ela começou a divulgar em sua página do Facebook, versos, crônicas, contos e “tudo o mais que minha inspiração permitia”, disse.
“Escrever funciona para mim como uma espécie de catarse. Através das palavras ordeno meus pensamentos, extravaso minhas emoções, angústias, aflições, indignações ou deixo transbordar o melhor do meu carinho e afeição. Sempre foi assim, mas com a maturidade, essa forma de me encontrar comigo mesma tornou-se mais intensa.”
De 2014 para cá, Maria do Carmo se tornou colunista de um blog com assuntos femininos, já ganhou prêmio literário e publica em um site para divulgar escritores e na Revista de Lusofonia Literária, além de atividades em parceria com a Academia Bauruense de Letras, sendo que uma delas resultou na publicação do e-Book infanto-juvenil “As Aventuras de Maya”.
Para ela, a resposta para quem pergunta sobre sua produção literária intensa é bem simples: “Há uma frase creditada a Thomas Edison que diz que a genialidade é constituída por ‘10% de inspiração e 90% de transpiração’ e é a mais pura verdade!”.
Não se acomodar como escritora e muito menos como leitora foi o caminho escolhido por ela, que não tem um ritual específico para escrever, e afirma que a nova ocupação é uma “grande fonte de prazer. Escrever profissionalmente, para mim, é uma brincadeira lúdica, saudável, instigante e, o melhor, me permite conhecer pessoas interessantes, generosas, queridas e incentivadoras”, disse.
Mundo literário
De Kafka a Jane Austen, Maria do Carmo, enquanto não assina como Téia Camargo, é uma leitora eclética desde sua juventude, e alguns estrangeiros se destacaram, entre eles, Dante Alighieri, Alexandre Dumas, Albert Camus, George Orwel, Almeida Garret, e o poeta preferido, Fernando Pessoa. “A lista de autores nacionais que admiro é imensa e eu poderia citar como preferidos Érico Veríssimo, Monteiro Lobato, Cecília Meireles, Aluísio Azevedo, Mário de Andrade, Rubem Fonseca, mais recentemente Lya Luft e Martha Medeiros, mas fiquem certos de que estou deixando de relacionar muitos outros que me fazem companhia na mesinha de cabeceira”, enumerou.
Enquanto escritora, ela afirma que não é nada fácil ser novata no mundo das letras. “O mercado editorial dá preferência aos autores estrangeiros porque estes já chegam nas livrarias ‘trabalhados’ pela mídia que os consagrou lá fora. Se produzir um livro já é difícil, distribuí-lo é quase impossível e se você não tiver nome e sobrenome consagrados e não for uma celebridade, ainda por via duvidosa, dificilmente conseguirá chegar a uma editora que disponha de logística de distribuição entre as livrarias.”
E cita a internet como uma alternativa para contribuir com a função de escritora. “Por sorte a internet e as mídias sociais chegaram para auxiliar o escritor desconhecido permitindo-lhe visibilidade e maior alcance de público. Essas ferramentas são, sem sombra de dúvida, fonte de disseminação do trabalho do escritor desconhecido.”
Maria do Carmo explica que, na maioria das vezes, o autor precisa custear a produção do livro, com exceção de quando a livraria ou editora assume todas as fases de produção, mas seja na internet ou da maneira tradicional, é importante seguir “atenta à qualidade do trabalho, respeitando o leitor, agindo com lisura e ética com os colegas autores e seriedade com os demais profissionais da área, acreditando que este seja o caminho correto.”
Apesar de ser novata na literatura, ela já tem mais dois romances em fase de revisão, previstos para serem publicados em 2017, e outro livro de crônicas intitulado “Aqui Entre Nós”, que deve ser lançado no mês de dezembro deste ano. Para conhecer os poemas do primeiro livro “Versos e Versões”, acesse o site da escritora e adquira o exemplar por R$ 19,90, além do frete.
Confira abaixo um dos poemas do livro e clique na página do Facebook para ler outros textos da escritora.
UM AMOR DE VERÃO
Projeta em meu corpo seu calor radiante.
Hipnotiza meu ser com um sorriso atraente.
Aquece minh’alma pelo beijo mais ardente.
Energia vibrante de temperatura envolvente.
Você para mim é um amor de verão.
Você é assim, não importa a estação
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