Autobiografia e poesia: servidor do TRT16 publica dois livros
Natural de Arari, no interior do Maranhão, Manoel Messias começou a escrever em prosa e verso após se mudar para o Rio de Janeiro, no fim da década de 1960. Na capital fluminense, o servidor aposentado do TRT16 sentia falta dos amigos e familiares que ficaram em sua terra natal. “Comecei a escrever fatos sobre o meu passado e então aflorou em mim a veia poética, antes desconhecida.”
Aos 74 anos, Manoel tem dois livros publicados e ocupa a cadeira n 22 da Academia Arariense de Letras, Arte e Ciências (ALAC). O livro em prosa intitulado “Arari, cidade da minha infância” é autobiográfico, repleto de memórias da trajetória entre a cidade do interior do Maranhão e o Rio de Janeiro. “Fui tentar a vida no Rio de Janeiro, isto aos 22 anos de idade, só retornando a minha terra natal 23 anos depois”, conta.
“O segundo livro ‘Canto de amor à minha terra’ é uma obra de poesias, lançado em 1 de dezembro de 2018 na Academia Arariense de Letras. Devido a constantes mudanças, perdi muito dos meus escritos. Só agora, com minha aposentadoria, tive cuidado e tempo para escrever e publicar os livros com apoio dos intelectuais conterrâneos José Fernandes e Carneiro Sobrinho.”
Motivado inicialmente pela saudade, o lado poético de Manoel também tem outras forças propulsoras. “A inspiração acontece de maneira inesperada, ou seja, por momentos e fatos não programados ou pensados, tais como: momentos alegres ou tristes, palavras pronunciadas por alguém, belezas naturais, músicas inesquecíveis e até certos perfumes fazem aflorar em mim momentos de intensa inspiração.”
Além disso, Manoel compartilha suas referências de leitura: “Li quase toda a obra de Érico Veríssimo, José de Alencar, Aluisio Azevedo, Jorge Amado e Josué Montello, entre outros. Na poesia, sempre gostei de Gonçalves Dias, Castro Alves, Casemiro de Abreu e dos maranhenses mais atuais como José Chagas e Nauro Machado”.
Os dois livros publicados podem ser adquiridos diretamente com o servidor. Para entrar em contato com o escritor Manoel Messias, envie e-mail para: mmps1944@hotmail.com.
Confira a seguir trechos dos livros “Arari, cidade da minha infância” e “Canto de amor à minha terra”.
Arari, cidade da minha infância
“O domingo surgiu esplêndido. Às cinco horas da manhã o rubro do horizonte ainda salpicado de cintilantes estrelas, fulgia por detrás da verde mata que orlava a cidade. A lua empalidecida, despedia-se da noite e procurava refúgio no manto azul do céu, como se fosse uma mulher boêmia à procura de repouso, depois de uma noite de orgia. Sentia-se no requinte do cenário a ação da mão milagrosa de algum artista inimitável que preparava a festa de chegada do astro-rei. O grasnar dos marrecos que sobrevoavam a cidade aos bandos àquela hora; o canto estridente dos ben-ti-vis e dos japís; o amiudar insistente dos galos e o falatório do pessoal na cozinha, fizeram-me despertar. Pulei da rede imediatamente e dirigi-me quase correndo à cozinha local do reboliço, ainda um pouco zonzo, sem sequer calçar os tamancos. De imediato fui denunciado por minha irmã que chamava a atenção dos demais, apontando para os meus pés descalços. Um abraço de minha mãe evitou a agressão que eu esboçara contra a mana”.
MINHA POESIA – trecho do livro Canto de amor à minha terra
A poesia que escrevo
É a essência da min’alma,
É meu grande alimento,
É o ópio que me acalma.
A poesia que escrevo
É minha melhor oração,
É o tema da minha verdade,
É o conteúdo do meu coração.
A poesia que escrevo
É a cura das minhas dores,
É o sopro divino em mim,
É a alegria dos meus amores.
A poesia que escrevo
É minha família, meu lar,
É minha manhã de sol,
É minha noite de luar.
A poesia que escrevo
É o retrato dos dias meus,
É minha fé infinita,
É minha ligação com Deus.
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