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Nas últimas semanas o caso “Americanas” tornou-se o principal assunto no mundo corporativo e acionário brasileiro. Um rombo apresentado de mais de R$ 20 bi nas ações (AMER3).
Como uma empresa auditada externamente por uma “big four” (PwC Price Waterhouse Coopers) e um conselho de administração formado por membros reconhecidos, com tantos instrumentos de governança, como Conselho Fiscal, Comitê de Conduta e diversos formalismos, bem como diversas políticas a serem seguidas pelas empresas de grande porte, pode apresentar rombos desta natureza?
Um prejuízo desses não acontece do dia para a noite. Uma das razões vem das badaladas três letrinhas dos últimos tempos: “ESG”, sigla em inglês que se refere a questões ambientais, sociais e de governança corporativa.
Os olhares dos gestores focaram mais nos temas de âmbito ambiental e sustentabilidade social, do que na governança. Observamos uma corrida gigantesca da maioria das empresas na lacração dos temas ambientais e sociais, esquecendo a matriz do negócio que são os resultados econômicos, passando pente fino na eficiência da empresa.
Segundo dados colhidos, havia uma preocupação exagerada das coletas dos resíduos sólidos gerados pelos 44 mil funcionários espalhados pelas 3,5 mil lojas e a administração da frota de 343 veículos eco-eficientes. Segundo dados constantes no site da empresa, foram 350 mil entregas feitas em locais de difícil acessibilidade, o que encareceu o custo ao longo dos últimos anos .
Por vezes o pequeno investidor procura colocar seu dinheiro em empresas que praticam tais atividades para a contribuição e preservação do planeta, e quero deixar registrado que esses são fatores muito importantes nos dias atuais, todavia não podemos tirar nossos olhos do precioso retorno do investimento e eficiência econômica financeira.
Investimos em empresas que possuem títulos de sustentabilidade expedidos por grandes consultorias e esquecemos de analisar os comentários e análises das corretoras que expedem, quase que diariamente, orientações aos seus clientes, mostrando a real situação econômica da empresa e não apenas “superficialidades”.
O pequeno investidor certamente ficou frustrado quando se deu conta que o valor de mercado da companhia, que era de R$ 28,5 bi no final de 2021, agora é de apenas R$2,5 bi. A Americanas investiu cerca de R$10,4 bi em projetos sociais e doações, quase metade do seu rombo.
O pequeno investidor espera o retorno financeiro para adquirir a casa própria, trocar de carro, investir na educação dos filhos e, para isso, espera que as companhias tenham seus olhares em todas as direções. A regra de ouro para investimentos é a eficiência dos resultados financeiros e não as publicidades do “Green Marketing”.
Antes de fazer qualquer investimento no mercado acionário é importante consultar as corretoras com análises mais refinadas. Neste caso, por exemplo, algumas já tinham recomendação neutra sobre a Americanas, isso porque a empresa não apresentava lucro desde 2021.
Na internet há uma enxurrada de influencers pagos para fazer propaganda de determinadas ações que nem sempre são as mais recomendadas. Há, inclusive, analistas famosos que são monetizados para fazer orientações de aplicação em determinadas ações não rentáveis, focando narrativas ambientais e sociais que atraem investidores solidários a estas causas.
Muito cuidado e bons investimentos.
Tem alguma dúvida sobre o tema?
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José Carlos Dorte é consultor financeiro da ANAJUSTRA Federal e todo mês publica artigos com dicas e novidades do setor, além de orientar de forma personalizada os associados da entidade.
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