Finanças

O metaverso e o mercado financeiro

21/09/2022 14:45 | Fonte: José Carlos Dorte

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O mercado financeiro foi revolucionado nas últimas décadas. Quem nasceu após a virada do segundo milênio vem recebendo uma pressão digital no atendimento financeiro quase insuportável ao ser humano. Entretanto, os clientes com mais de trinta anos, na grande maioria, têm dificuldade no manejo dos seus investimentos, brigando diariamente com os terminais digitais e telefones celulares.

Não é de se estranhar que isso provoque o aumento do stress. É um turbilhão de senhas, códigos, nomenclaturas e atendimentos digitais que chegam a dar medo. Toda vez que há a necessidade de um simples desbloqueio de cartões de crédito, somos submetidos a uma trilha de exigências capaz de deixar qualquer um ‘maluco’.

E uma nova onda de transformação, a trilogia: cultura, economia e tecnologia foi aperfeiçoada, conforme novidades digitais surgiam. A esfera cultura, por exemplo, vêm se modificando, sistematicamente, pelos cultos digitais, redes sociais, salas interativas, linguagens digitais, feed, tweet, haters, digital influencer, entre tantos outros.  Já na economia surgiram as criptomoedas, I.A (Inteligência Artificial), Backoffice, B3, Come Cotas, day trade, hedge, IPO, tag along, take over. E na tecnologia, paralelamente, surgiram as realidades alternativas e imersivas em espaços virtuais – os metaversos.

O conceito do Metaverso, que é uma realidade virtual, nada mais é que uma interface do computador com o cérebro humano. O ser humano se torna parte da infraestrutura digital. Cunhado em 1992 pela primeira vez na obra Nevasca/Snow, de Neal Stephenson, o termo Metaverso ganhou holofote recentemente após gigantes empresariais como Facebook anunciarem investimentos.

Estima-se que, em uma década, o Metaverso represente US$ 3 trilhões do PIB mundial. Diante desse cenário, fortalecem-se as discussões de uma economia completamente no mundo virtual baseada em criptomoedas, NFTs (non-fungible tokens) e blockchain. O número de pessoas físicas e jurídicas interessadas cresce a passos largos.  

Essa disrupção provocada pelo “novo mundo” exige um aprendizado, mesmo que de forma sensorial inicialmente, como ocorre após o nascimento do ser humano: vamos tocando, sentindo, engatinhando até começar a andar. Depois, já estará “correndo” aproveitando as facilidades no atendimento e obtendo respostas rápidas às tomadas de decisões.

É necessário que o investidor experimente essas tecnologias e novas culturas digitais para também assimilar as mudanças no mercado financeiro. Os efeitos colaterais desta relação do homem e a tecnologia é tema de debate constante entre os modernistas com a psicologia e a psiquiatria.

Contudo, mesmo em um mundo virtual, nada substituirá os nossos valores humanos como a generosidade, bondade, amor ao próximo e o afeto.

Com tanta tecnologia no novo universo, deveria sobrar mais tempo para os exercícios das virtudes humanas na Terra, creio ser bem-vindo a nossa sociedade.

Um novo mundo surge, adaptar-se é preciso.

 


Por José Carlos Dorte, consultor de finanças da ANAJUSTRA Federal

 

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