O Real frente ao Dólar
Uma análise das flutuações da moeda brasileira.
José Carlos Dorte
Em 2015, aprendemos e vivenciamos muitas lições que certamente serão repetidas em 2016. O ano mudou e o cenário para investidores permanece nebuloso com ausência de um sinal claro de estabilização política e econômica.
Olhando mais para trás, 2014 foi um ano ruim para alguns investimentos na bolsa, visto que ela completou o quinto ano de desempenho negativo e a poupança ficou com a rentabilidade anual abaixo da inflação. Entretanto outros investimentos tiveram resultados interessantes a exemplo do ouro, dólar e as taxas de juros para empréstimos, que dispararam.
Podemos dizer então que as crises configuram-se também como oportunidades, e os investidores que têm propensão a arriscar, muitas vezes, saem ganhando. Por outro lado, nem todos têm a predisposição de correr riscos, principalmente em um momento como este.
Para 2016, procuramos algumas respostas sobre alguns temas:
1 – Instabilidade na política está afetando a economia. O ano de eleições municipais e Olimpíadas certamente deixará mais ressacas.
2 – O dólar vai subir muito acima dos R$ 4,00?
3- Haverá mais rebaixamento dos ratings do Brasil?
4 – A Operação Lava Jato vai ter mais desdobramentos?
5 – Política monetária do Brasil: governo vai ter pulso para manter a taxa Selic? Até quando ele tem o controle da economia?
6 – Desaceleração da economia chinesa.
7 – Preços do petróleo e minério continuarão despencando?
Todas essas questões influenciam nas tomadas de decisões dos investidores e é bom ficar atento a elas.
O dinheiro circula na economia como se fosse um barco, buscando sempre o porto seguro em lugares onde não corre o risco da desvalorização. Por isso que ativos como ouro e dólar acabam sempre recebendo uma enxurrada de investimentos em época de instabilidade da política e da economia.
Para os predispostos a correr riscos, uma dica é investir em ações de empresas com ótima situação de caixa e que tiveram bons resultados financeiros no último trimestre, a exemplo de ações da Cielo e Ultrapar. Ainda nesta linha, fundos cambiais e multimercados se apresentam com boas perspectivas de rentabilidade. Vale lembrar que estes investimentos têm riscos de perda de capital e, portanto, requerem experiência e entendimento das regras.
Para aquelas pessoas que são conservadoras, mas querem correr algum tipo de risco, sem expor o total da carteira, uma recomendação é procurar os fundos moderados à base de 80/20, sendo 80% em renda fixa e 20% em carteiras lastreadas em câmbio e ouro.
Já para os conservadores por excelência, uma boa opção é a Renda Fixa em fundos DI de crédito privado com liquidez diária. E para aqueles que, além de conservadores não têm necessidade de dinheiro no curto prazo, as LCAs e LCIs com rentabilidade acima de 90% do CDI. Neste caso, procure seu gerente e faça uma boa negociação, pois quanto maior o montante, maior é o percentual de remuneração em cima do CDI.
Um investimento de longo prazo que não cai de moda são os imóveis. Procurar bons lançamentos em locais privilegiados tem sido uma excelente opção. Conhecer a empresa construtora e seu histórico são dicas importantes para não ter surpresas futuras ao optar por este investimento.
Por fim, para aqueles que ainda estão cheio de dívidas, a dica é fazer um planejamento e parcelando com urgência, visto que as taxas de juros tendem a subir e irá pesar cada vez mais no seu orçamento. Diante de um cenário como este, de dívidas, repensar seus hábitos de consumo e controlar suas finanças nunca foi tão importante quanto agora.
José Carlos Dorte é consultor financeiro da ANAJUSTRA
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