Reforma administrativa e o serviço público

Ao ouvirmos falar em reformas, no plural, a primeira impressão é de várias reformas. Mas, na verdade, é uma única reforma, do Estado brasileiro.

Você ainda pode ler 6 conteúdos este mês

Valorize o conteúdo feito especialmente para você, servidor do Poder Judiciário Federal.

Já é associado? Faça seu login e desbloqueie todos os conteúdos do site.

Por Alice Portugal (PCBdoB/BA)*

Não é segredo que o governo Bolsonaro é continuidade do governo tampão de Michel Temer a partir do golpe de 2016. Da mesma forma, sabemos que ambos assumiram determinados a dar continuidade ao processo de reformas neoliberais, interrompido com o fim do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002.

Ao ouvirmos falar em reformas, no plural (previdenciária, trabalhista, sindical, administrativa, tributária, entre outras), a primeira impressão é de várias reformas. Mas, na verdade, é uma única reforma, do Estado brasileiro. Essa reforma propõe diminuir autonomia, soberania, impedir investimentos na estrutura do Estado e no atendimento às necessidades da população.

Entre os objetivos está passar a concessão de direitos da população às empresas privadas ligadas ao sistema financeiro, em especial o internacional, como seguradoras, bancos e fundos privados, que cobrarão por serviços, como saúde, educação, previdência e outros.

Quem não puder pagar pelos serviços serão destinados a uma assistência social enfraquecida e sem recursos para um atendimento digno.

Em outras áreas, quem não puder pagar ficará sem o atendimento, como o caso do saneamento básico, que teve seu marco regulatório aprovado pelo Senado há poucos dias, privatizando o serviço. O mesmo deve acontecer com energia elétrica, gás e outros serviços.

Lembremos que, tão logo tomou posse, a equipe do atual governo anunciou que encaminharia várias propostas de alterar a Constituição, propondo as mudanças: Previdência (fim da previdência pública, passando para bancos e seguradoras, que ganhariam dificultando a aposentadoria e diminuindo o valor de benefícios), Trabalhista (precarizando as relações de trabalho, retirando direitos e garantias dos trabalhadores), Sindical (alterando estrutura, financiamento e representatividade das entidades sindicais), Tributária (desonerando empresas, em especial a folha de pagamento, sem tocar em grandes fortunas e ganhos de capitais), o Pacto Federativo (fim das vinculações orçamentárias, prejudicando principalmente educação e saúde nos municípios) e a Reforma Administrativa, atingindo órgãos e servidores nas três esferas.

Na reforma administrativa, o governo alega que despesa com pessoal e o custo da administração pública são responsáveis pela falta de investimentos e mal atendimento à população. Dizem que para melhorar seria necessário a redução do número de servidores, mais a redução, privatização ou extinção de serviços.
Para atingirem seus objetivos, insistem em jogar a população contra os servidores, como se fossem vilões de serviços mal prestados, escondendo seus verdadeiros objetivos.

No caso do Judiciário, assim como nos demais poderes, há a intenção de reduzir custos com servidores e com a estrutura, permitindo mais espaço orçamentário para outros interesses, que não as necessidades e direitos da população.

Mas o principal objetivo em relação ao Judiciário é o seu enfraquecimento. Onde busca-se dificultar questionamentos de atos e ações de governo que, caso contestados, como direitos da população, por exemplo, tenham dificuldade em tramitar. Isso afetaria diretamente as áreas cível e de família, atingindo muitas pessoas na luta por direitos básicos.

Também é objetivo da reforma, não dito abertamente, o enfraquecimento do Judiciário Trabalhista, que atende os trabalhadores na defesa de seus direitos nas relações de trabalho.

O enfraquecimento do Judiciário Trabalhista, mais as reformas sindical e trabalhista, são de fundamental importância na retirada de direitos e na tentativa de impedimento em recuperá-los. A nova força de trabalho na administração pública também seria duramente atingida por essas alterações, ao ser composta a partir da substituição de servidores estatutários, por temporários e celetistas, com mais dificuldades na defesa de seus direitos.

Áreas como a defensoria pública, que atende a população mais carente junto ao Judiciário, também seria atingida pelas restrições propostas pelas reformas. Está claro que a reforma do Estado visa reduzir o atendimento à população, dando lucro aos banqueiros e dificultando ao máximo a luta pela recuperação do que querem tirar.

Com a covid-19, ficou clara a essencialidade do serviço público, único setor a não ter nenhum de seus segmentos com atividades suspensas durante a pandemia. Isso desmente as falsas acusações dos que atacam o serviço público. Áreas como saúde e pesquisa científica, entre outras, mostram que, apesar da redução drástica de recursos nos últimos anos, conseguiram evitar um quadro ainda pior do que o que atingiu a população.

Precisamos mostrar a importância e a essencialidade do serviço público em todas as suas áreas. Para isso é fundamental dialogar com todos os setores sociais através de suas representações, sindicatos e associações, rurais e urbanos, movimentos de moradores, principalmente, de comunidades carentes, além de entidades estudantis secundaristas e universitárias.

É necessário que a população tenha claro que com a reforma administrativa todos perderão educação, saúde, segurança, transporte público, saneamento e outras áreas do serviço público. “Cortar privilégios” de servidores é o discurso para enganar a população, principal atingida pela reforma do Estado.

Assim, há 12 anos, em 2007, foi criada a Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, na defesa dos servidores e de um serviço público de qualidade prestado à população. Na atual legislatura contamos com 255 deputados, 21 senadores, 58 entidades sindicais e associativas representando servidores públicos federais, estaduais e municipais dos três Poderes. Como forma de mantermos a mobilização e a atualização da nossa luta, durante a pandemia estamos realizando “webinários” estaduais, com parlamentares e entidades.

Alice Portugal*
Junto com o senador Paulo Paim (PT/RS), a deputada coordena a Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, hoje composta por 255 deputados e 21 senadores, além de entidades sindicais e associativas, entre elas, a ANAJUSTRA Federal.

Acessos: 0

Fim de ano e as contas apertando? ✨

Se você caiu no rotativo, saiba que existem proteções importantes:

✔ juros limitados ao valor da dívida
✔ possibilidade de portabilidade
✔ valores até 40 salários mínimos são impenhoráveis

Antes de assumir um crédito, compare, planeje e entenda seus direitos.

Leia o artigo do consultor financeiro da ANAJUSTRA Federal, José Carlos Dorte, e saiba mais.

#anajustrafederal #financas #pju
15 1
🏠🗓️📒 Muitos associados já estão recebendo a Agenda e o Calendário 2026 e o retorno tem sido incrível. 

Se os seus impressos já chegaram, conta aqui nos comentários. 💬

Se ainda não chegaram, fique tranquilo logo logo estarão com você! Os materiais são uma entrega especial em parceria com o Banco BRB.

#anajustrafederal #agenda2026 #pju
79 28
Aqui na ANAJUSTRA Federal, a gente conta o tempo em conquistas.

E 2025 trouxe vitórias importantes: avanços no MS Quintos, mais de R$ 12 milhões pagos entre precatórios e RPVs e o direito à conversão de licença prêmio em pecúnia reconhecido pelo TST.

Também contamos o tempo em trabalho: presença em mais de 50 eventos, atuação institucional e política e defesa constante dos direitos e da remuneração dos servidores.

E contamos em vantagens: mais de 200 novos convênios, R$ 20 milhões em descontos no Clube de Vantagens e economias significativas com a ANAJUSTRA Corretora e novos planos de saúde.

Obrigado por mais um ano juntos. 🙏
A contagem para 2026 já começou.

#anajustrafederal #retrospectiva2025 #pju
21 3
Cuidar da saúde é cuidar do futuro. 💙

Em 2025, ampliamos parcerias, reduzimos reajustes e fortalecemos o atendimento personalizado para oferecer mais qualidade e tranquilidade ao servidor do Judiciário Federal.

Seguimos juntos — hoje e sempre. ✨

#anajustrafederal #saude #planodesaude
10 0
RETROSPECTIVA 2025 | CULTURA

2025 foi um ano de mais cultura na ANAJUSTRA Federal.

A 6ª edição da nossa Live Sarau marcou o calendário: transmitida diretamente no YouTube pela primeira vez, reuniu cinco associados que vivem a arte em diferentes expressões.

No blog Espaço Cultural, 11 novos participantes compartilharam suas obras, histórias e processos criativos, fortalecendo esse espaço que existe desde 2008 para valorizar os talentos do Judiciário Federal.

Entre as produções divulgadas no ano, estiveram livros, canções, poesias, crônicas e reflexões de autores e artistas de diversos tribunais do país.

Seguimos ampliando o alcance da cultura dentro da Associação.

E 2026 já promete novas histórias e novos talentos para descobrir.

#anafederal #espacocultural #retrospectiva2025
17 0