Rede de Inovação integrará laboratórios para aprimorar serviços na JF
Ação visa integrar o Laboratório de Inovação do CJF aos demais…
Atualizar os servidores e gestores sobre técnicas e ferramentas para a gestão integrada do teletrabalho foi o principal objetivo do “Encontro sobre o Teletrabalho”, ação educacional promovida dia 15 de junho pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) por meio do Centro de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento de Servidores da 1ª Região (Cedap). O evento contou com a participação de mais de uma centena de servidores do TRF1 e das Seções Judiciárias da 1ª Região, muitos deles já em regime de teletrabalho ordinário.
A palestrante convidada para a formação foi a secretária de Gestão de Pessoas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ana Cláudia Braga Mendonça, que participou da implantação do teletrabalho em órgãos como o Ministério Público Federal (MPF) e o próprio TSE. A secretária é também mestranda em Administração Pública, com MBA em gestão estratégica de pessoas e graduada em Psicologia.
Já é pelo menos a segunda vez que a palestrante participa de encontro semelhante no TRF1, o primeiro deles tendo ocorrido ainda em 2020, considerando todo o cenário de incertezas do período mais inicial da pandemia. Ela agradeceu ao TRF1 essa nova oportunidade, especialmente a ocasião de tratar o tema já considerando as evoluções do órgão a respeito dessa modalidade de trabalho com o passar do tempo e as experiências e amadurecimentos adquiridos até então.
No evento, com proposta mais dialogal e informal, a secretária de Gestão de Pessoas do TSE buscou apresentar desafios e pontos de atenção para a gestão integrada do trabalho. “O contexto atual do teletrabalho é muito diferente daquele de dois anos atrás, começando a pandemia”, pontuou no encontro. Para Ana Cláudia, hoje vivemos um período de transição para um pós-pandemia e certamente caminhamos para um novo mundo, podendo considerar o coronavírus como um acelerador de futuros. “A questão do teletrabalho já vinha antes da pandemia de forma tímida, desconfiada, e o coronavírus acelerou esse futuro que é o nosso presente e com outras mudanças”, ressaltou.
Entender o “Espírito do Tempo”
Para se pensar a gestão integrada do teletrabalho, a palestrante destacou a importância de se compreender e pensar o espírito do tempo que estamos vivendo, apresentando o termo alemão “Zeitgeist” para representar esse aspecto, significando mudanças que existem numa sociedade, e cultura, de acordo com os impactos dos acontecimentos sofridos por essa comunidade. Segundo Ana Cláudia, acreditava-se que antes da pandemia vivíamos em um mundo VUCA, acrônimo de termos em inglês que trazem as ideias de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. E que, agora, o espírito do nosso tempo, considerando a visão do antropólogo Jamais Cascio, relaciona-se com o termo BANI (cunhado por ele), acrônimo em inglês para Frágil, Ansioso, Não Linear e Incompreensível.
Assim, refletindo a partir do espírito do tempo atual, a palestrante salientou que os gestores necessitam considerar o contexto de fragilidade, ansiedade, não linearidade e incompreensibilidade para atuarem juntamente com as equipes. Para a fragilidade, ela destacou a importância de se perceberem as novas exigências quanto às competências em que muitas vezes não é possível se fiar em habilidades antigas ou interesses únicos; antes, se mostra necessário perceber a todo tempo que se pode precisar de novas competências para se lidar com as questões que vão surgindo rapidamente. Já em relação à ansiedade, a secretária de Gestão de Pessoas do TSE reforçou a importância de se tomar cuidado com o senso de urgência em que as decisões podem ser tomadas sem amadurecimento. Quanto ao aspecto da não linearidade, um dos principais pontos é a percepção de que os antigos planejamentos, longos, não são mais os ideais, pois a incerteza do mundo atual é grande e prioriza, principalmente, planejamento em ciclos curtos. Por fim, a respeito do incompreensível do espírito do tempo atual, os gestores devem valorizar a experimentação e aprendizagem, cientes de que eles não detêm todo conhecimento e compreensão e que o excesso de controle não resolverá as incompreensões atuais.
Ana Cláudia chamou a atenção para o fato de que se o mundo muda, os nossos hábitos também mudam, e é importante verificar quais são as necessidades atuais profissionais da equipe e do cliente e como essas necessidades podem ser atendidas. “Uma das novas necessidades que mais percebo atualmente é por mais qualidade de vida e flexibilidade”, afirmou a palestrante.
Outros desafios e pontos de atenção
Entre os temas trabalhados na palestra, a secretária de Gestão de Pessoas do TSE apresentou, ainda, a necessidade de se trazer as pessoas para o centro dessa gestão integrada, pois a transformação tecnológica eficiente não se dá sem as pessoas. “É importante trazer as pessoas ao centro e trabalhar com duas vertentes muito importantes para esses processos dessa gestão integrada: confiança e colaboração”, elencou. Também foi enfoque da ação educativa o papel da liderança nesse processo, considerando todas as mudanças provocadas e que envolvem várias modalidades de trabalho, requerendo do líder mais competência para liderar com abertura, comunicação, feedbacks, entre outros pontos.
Uma vez que é necessário entregar ao jurisdicionado um valor público para se cumprir a missão na instituição, Ana Cláudia salientou a relevância de o gestor saber acompanhar o desempenho da equipe, o que se dá no gerenciamento principalmente das entregas e resultados.
Feedbacks, feedforwards, comunicação não violenta, segurança psicológica, comunicação distribuída e centralizada, segurança da informação, saúde e bem-estar, culturas, valores, estratégia e engajamento, indicadores humanos, gestão do tempo – esses e outros pontos também foram abordados pela palestrante no encontro sobre o teletrabalho, avaliado positivamente pelos participantes ainda durante a ação.
A íntegra do encontro será disponibilizada, posteriormente, em ambiente virtual (ainda a ser definido) para acesso dos interessados.
Acessos: 216