Na coluna "De olho em Brasília" deste mês, Roberto Bucar fala sobre polaridade e as reformas governistas.
Com aumento de incertezas quanto às eleições do próximo ano e o pessimismo com a economia, a insatisfação generalizada já atinge os dois “polos”. Nesse contexto, as manifestações estão cada vez mais pujantes. Partidos de oposição e movimentos sociais já se preparam para fazer manifestações em várias partes do país no dia 7 de setembro, mesmo dia em que ocorrerão atos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
Essa semana será decisiva na tramitação da PEC 32/2020 no Congresso. A proposta está muito longe de solucionar os problemas que temos hoje. Pelo contrário, ela tende a aumentar significativamente a maioria deles. O momento é de mobilização contra a proposta! No entanto, chamar a sociedade e servidores para as ruas para externar sua insatisfação não seria sensato nesse cenário de pandemia. Por isso, o movimento via redes sociais continua. Sindicatos, associações, confederações, federações, todas categorias continuam mobilizadas, atentas.
Nós, da ANAJUSTRA Federal, que estamos presentes em todos estados, municípios, ou seja, em todos os currais eleitorais, temos que continuar pressionando os nossos parlamentares. Não podemos abrir a guarda e achar que o governo está inseguro na aprovação da reforma, pois é justamente quando menos se espera é que grandes arranjos são articulados e tudo pode mudar.
São muitas as incertezas quanto ao texto final da proposta. Acredito que pontos importantes deverão ser revistos como a estabilidade, normas de novas contratações, e o regime jurídico único que poderá ser preservado. A intenção do relator Arthur Maia é entregar o relatório ainda hoje, 30/8.
Por fim, não é possível cravar o que estará no relatório do deputado Arthur Maia (DEM-BA). Mas como já mencionei, o momento não é propício para “aventuras” do governo e com certeza ele não vai querer assumir essa “bronca”, a sensatez deve prevalecer.