Parlamentares e entidades defenderam regras claras e qualificação de servidores.
“A qualificação do serviço público, ou seja, a qualidade em si do serviço público depende, em larguíssima medida, de como os líderes são escolhidos. Nesse ponto, eu chamo a atenção dos parlamentares para a mudança que será operada do inciso V do art. 37, na medida em que ele abre espaço para que agentes venham a ser arregimentados sem qualquer critério para postos técnicos. E, de alguma forma, vamos induzir a rotatividade no provimento de cargos públicos e, por via de consequência, vamos comprometer a qualidade dos serviços públicos”, destacou o presidente da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC), Ismar Viana.
Os deputados defenderam a avaliação de desempenho, mas apontaram irregularidades nos termos propostos na norma. “A avaliação de desempenho todos nós somos favoráveis. Ela já existe na Constituição. E todo servidor é a favor de que haja avaliação de desempenho. Agora, a avaliação de desempenho é exatamente para qualificar o servidor e não para demiti-lo. Não há como falar em desempenho e qualificação sem planejamento e definição de objetivos. Como vou avaliar o servidor se eu tenho uma administração pública que não define claramente quais são os objetivos que quer alcançar?”, destacou o parlamentar.
“Sobre a avaliação de desempenho e qualificação dos servidores públicos, o primeiro critério é o concurso público, porque ele é democrático e serve para selecionar, de acordo com os critérios do concurso, os melhores. E o que diz a Constituição? O concurso público tem que ser estatutário, tem que ter plano de cargos, carreiras e salários, estabilidade, direito à sindicalização e à greve. O que pretende a PEC 32? Tratar da qualificação? Como vai tratar da qualificação se quer eliminar o concurso público? E mais: avaliação de desempenho? Os planos de cargos, carreiras e salários caminham no sentido de proporcionar uma qualificação maior. Mas qual é a avaliação de desempenho que propõe a PEC 32? É o critério da meritocracia, é o chefe que julga?”, questionou o deputado Paulo Ramos (PDT-RJ).
Votação
Os trabalhos da comissão podem se encerrar já no próximo dia 19. Se esse cenário se confirmar, a votação da matéria pelo plenário da Câmara ocorrerá já em agosto, como vem sinalizando o presidente da Casa legislativa, Arthur Lira (PP-AL).