Servidor do TRT17 considera a música “profissão de fé” e se prepara para lançar segundo CD
“A música, em plano profissional, exige muita dedicação, razão pela qual a minha produção musical sempre requer longo tempo entre a concepção, registro fonográfico e lançamento de um CD”, explica Danilo Diniz, servidor do TRT17, às vésperas de lançar o CD “Erê”.
O primeiro trabalho, “De frente pr’o mar”, ganhou o mundo em 1998, após quatro anos de preparação para ser apresentado ao público. “Neste novo disco, ‘Erê’, oito anos se passaram entre o início das gravações e o lançamento, que acontecerá no início de setembro de 2017.
Também tenho que equalizar energias e investimento pessoal e afetivo com a minha família, outra razão de ser da minha vida. Em suma, não é fácil, mas a gente acaba aprendendo a fazer o que está ao nosso alcance”, disse.
Para Danilo, a música é uma “profissão de fé”, e o percurso começou cedo, ainda na infância, com os primeiros acordes, depois teve auxílio de dois professores e, em seguida, trilhou seu caminho sozinho. “Meu encantamento com a música vem de um sonho de criança, onde aparecia como artista. De minha família de origem, sempre tive boas referências e comecei a aprender violão praticamente sozinho, ao observar meu irmão mais velho que tocava muito bem. Meu pai foi músico, tendo migrado do interior para a capital para seguir a profissão, sonho que teve outro destino, em razão da precariedade do ofício, na década de 60 do século passado, situação ainda bem atual.”
Vieram as rodas de violão e Danilo começou a participar de festivais de música, na adolescência, e também passou pelos bares, após entrar na Faculdade de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). “Fui premiado em 2º lugar no Festival de Música de Alegre (1988) e como melhor arranjo no Festival de Música de Pinheiros (1987). Compus músicas para trilhas sonoras de peças de teatro infantil. Participei de algumas formações musicais em bandas e grupos. Em 1998, lancei o primeiro CD, ‘De frente pr’o mar’ em espetáculo realizado no Teatro Carlos Gomes, em Vitória (ES) – tendo reconhecido sucesso local de público e crítica. Participei, no ano seguinte, do Festival Internacional de Inverno de Domingos Martins, um dos mais conhecidos em terras capixabas”, relembra.
Sobre o processo de criação das canções
Quando questionado sobre suas composições ele afirma que: “em música, considero-me um serviçal. Componho, sim, e traduzo em acordes, melodias e palavras algo que recebo na interação com o mundo, as pessoas, as sensações. Geralmente, uma melodia ‘surge’ em minha mente, ou uma sequência de acordes, ou palavras que remetem a um tema, um conceito. Enquanto não trabalhar e concluir a canção ela fica lá no inconsciente e sempre aparece de novo. Às vezes, trabalho sozinho, mas gosto muito das parcerias em composição, principalmente na letra, pois surgem outras imagens e arquétipos que sozinho passariam despercebidos. A música toma outra forma quando o processo de criação é compartilhado e tende a atingir ou sensibilizar mais pessoas, conforme tenho constatado ao longo deste percurso.”
Danilo também explica um pouco do processo de gravação de um CD, considerado árduo, mas gratificante. “Primeiro, conceber um disco, conceituá-lo. Depois, construir um repertório, compondo músicas novas ou selecionando as que estão guardadas. Também é preciso definir que sonoridade se quer imprimir ao disco, atuando como produtor musical ou delegando a função a outrem. Feito isso, a escolha de um bom estúdio e um técnico de áudio é fundamental. Aí começa o segredo da produção. Há pessoas certas para cada ocasião, lugar e função. É preciso garimpar os músicos, pois cada joia (canção) requer um tratamento especial. Depois, vem as gravações e o perfeccionismo, precisão, talento e emoção de cada um, que precisam ser captados também pelo técnico de som e pelo equipamento. Na fase final e crucial, está a mixagem, que nada mais é que colocar cada brilho, cada som em seu devido lugar, de modo que todos sejam ouvidos nítida e confortavelmente, gerando um prazer na escuta. Outro aspecto na finalização é o que se chama de pós-produção, ou masterização, processo que dá o acabamento final, com o tratamento minucioso das frequências sonoras para o padrão CD. Ainda não acabou. É preciso enviar as músicas masterizadas e o projeto gráfico do disco para a fábrica e acompanhar a produção do CD para que tudo corra de acordo com o projeto.”
Por fim, é preciso registrar as músicas em órgão oficial público, como a Fundação Biblioteca Nacional, ou privado, além de se filiar a uma instituição de defesa e gerenciamento de direitos fonográficos e gerar um código internacional para cada faixa da música (o ISRC), de modo a proteger direitos de autores e intérpretes.
O último trabalho de Danilo Diniz, “Erê”, poderá ser visto ao vivo, no dia 3 de setembro, às 19h, no Teatro Glória, em Vitória (ES). Para quem não reside na capital, é possível acompanhar o trabalho dele pelos perfis nas redes sociais Facebook e Soundcloud, na qual é possível escutar a faixa que dá nome ao CD.
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