Servidor percorre mais de 800km em caminho para Santiago de Compostela
Às vésperas de completar 50 anos de idade, no ano 2000, Oswaldo Buzzo, economista e servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, sediado em Campinas (SP), teve que interromper os treinos diários de corrida por orientações médicas. Para poupar a coluna vertebral e evitar uma intervenção cirúrgica, o médico recomendou que Oswaldo diminuísse o ritmo mas não perdesse o passo.
A natação e, principalmente, a caminhada foram as alternativas encontradas para manter a atividade física regular sem causar impacto ou desobedecer as orientações, mas Buzzo conseguiu reunir religião, cultura e esporte ao transformar as caminhadas em peregrinações não só no Brasil mas em países europeus.
“Qual é o cristão que não procura robustecer sua fé? Qual é o turista que não almeja desbravar lugares novos? Qual é o esportista que não gosta de desafios? Queria comemorar o meu aniversário de 50 anos de maneira inesquecível, marcante e acessível à minha nova idade. Após incessantes pesquisas, elegi percorrer o Caminho de Santiago de Compostela partindo de Saint Jean de Pied de Port, no sul da França, uma ‘viagem’ de mais de 800 quilômetros, a pé! Sonho concretizado em abril/maio de 2001″, relembra.
Após 28 dias de caminhada, Oswaldo Buzzo chega a Catedral da cidade de Santiago de Compostela, na Espanha. Foto cedida pelo servidor.
A viagem do servidor motivou, ainda, a criação de relatos detalhados com fotos, indicações de hospedagens, marcos e detalhes encontrados nas trilhas e estradas de todos os dias da peregrinação que durou 28 dias, no total, publicados no blog com atualização constante. A primeira peregrinação rumo a cidade espanhola Santiago de Compostela foi realizada pelo “Caminho Francês”, o itinerário mais tradicional, situado ao norte da península ibérica, entre os países da França e Espanha, e conhecido pelos peregrinos desde o período medieval.
Para enfrentar o terreno acidentado da maior parte do trajeto, trilhas de terra batida, a mochila com mais de oito quilos e a variação climática, Oswaldo iniciou uma preparação física quatro meses antes da viagem, pesquisou diários de viajantes e entrevistou pessoas que tinham concluído a caminhada anteriormente.
“Durante o Caminho tudo se modifica, a língua, os hábitos, os olhos que imaginam a família distante, as novas amizades que surgem. É o começo das mudanças em nosso interior, processo que será sentido quando retornamos à nossa vida cotidiana. O importante é fazer o Caminho com os cinco sentidos ligados, a mente aberta e o coração sereno, transformando os episódios mais banais em alegres e excitantes lembranças. Talvez a maior dificuldade a ser enfrentada seja a variação climática, que pode nos causar gripes, resfriados, indisposições, inflamações. No meu caso, quando lá estive, início da primavera europeia, fui atingido por muito frio e muita umidade. Foram 6 dias andando debaixo de chuva, 4 dias sob nevasca fina.”
Além de enumerar cidades, lugares e marcos preferidos percorridos durante o caminho até Santiago como “A Cruz de Ferro”, “Manjarim” e a Catedral de Santiago de Compostela, “lugares místicos, enigmáticos, belíssimos”, ele explica que todos que caminham vão em busca, principalmente, do “seu eu espiritual”.
Servidor percorreu o Caminho Francês pela primeira em 2001, após o aniversário de 50 anos. Foto cedida pelo servidor.
“No Caminho, procurávamos a todo instante as flechas amarelas, que guiavam nosso dia a dia. Muitas vezes, apontavam para despenhadeiros, subidas íngremes, caminhos pedregosos, muito barro. Não discutíamos, apenas seguiamos em frente, porque sabíamos que elas indicavam a rota mais curta e segura, rumo ao nosso objetivo final, que era chegar a Santiago de Compostela. Assim, também, no meu dia-a-dia procuro visualizar a todo instante essas setas imaginárias, porque sei que elas me mostrarão o melhor caminho a ser seguido, para que eu possa superar as intercorrências e atingir os objetivos que busco, o sucesso, a paz, a tranquilidade, seja na minha vida pessoal ou profissional”, disse.
Em 2012, após a aposentadoria, o peregrino passou a dedicar mais tempo para planejar e conhecer novos caminhos, em viagens no Brasil, no exterior, na companhia de amigos ou sozinho. “Já percorri vários roteiros acompanhados de uma pessoa ou um grupo, e sempre me dei muito bem também. Agora mesmo acabo de retornar de Santa Catarina onde fui conhecer o Caminho de Santa Paulina, e fiz os 180 quilômetros do percurso ao lado de dois companheiros”, afirma. Quando ele fala vários roteiros são vários mesmo: Caminhos de Santiago, da Fé, de Aparecida, de Frei da Galvão das Missões, entre outros.
Para conhecer os detalhes das viagens e talvez se inspirar para trilhar algum desses caminhos, acesse o blog do servidor ou a página do Facebook. Buzzo também disponibilizou o e-mail (oswaldocps@hotmail.com) para responder dúvidas ou fornecer outras informações aos colegas.
Às vésperas de completar 50 anos de idade, no ano 2000, Oswaldo Buzzo, economista e servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, sediado em Campinas (SP), teve que interromper os treinos diários de corrida por orientações médicas. Para poupar a coluna vertebral e evitar uma intervenção cirúrgica, o médico recomendou que Oswaldo diminuísse o ritmo mas não perdesse o passo.
A natação e, principalmente, a caminhada foram as alternativas encontradas para manter a atividade física regular sem causar impacto ou desobedecer as orientações, mas Buzzo conseguiu reunir religião, cultura e esporte ao transformar as caminhadas em peregrinações não só no Brasil mas em países europeus.
“Qual é o cristão que não procura robustecer sua fé? Qual é o turista que não almeja desbravar lugares novos? Qual é o esportista que não gosta de desafios? Queria comemorar o meu aniversário de 50 anos de maneira inesquecível, marcante e acessível à minha nova idade. Após incessantes pesquisas, elegi percorrer o Caminho de Santiago de Compostela partindo de Saint Jean de Pied de Port, no sul da França, uma ‘viagem’ de mais de 800 quilômetros, a pé! Sonho concretizado em abril/maio de 2001″, relembra.
Após 28 dias de caminhada, Oswaldo Buzzo chega a Catedral da cidade de Santiago de Compostela, na Espanha. Foto cedida pelo servidor.
A viagem do servidor motivou, ainda, a criação de relatos detalhados com fotos, indicações de hospedagens, marcos e detalhes encontrados nas trilhas e estradas de todos os dias da peregrinação que durou 28 dias, no total, publicados no blog com atualização constante. A primeira peregrinação rumo a cidade espanhola Santiago de Compostela foi realizada pelo “Caminho Francês”, o itinerário mais tradicional, situado ao norte da península ibérica, entre os países da França e Espanha, e conhecido pelos peregrinos desde o período medieval.
Para enfrentar o terreno acidentado da maior parte do trajeto, trilhas de terra batida, a mochila com mais de oito quilos e a variação climática, Oswaldo iniciou uma preparação física quatro meses antes da viagem, pesquisou diários de viajantes e entrevistou pessoas que tinham concluído a caminhada anteriormente.
“Durante o Caminho tudo se modifica, a língua, os hábitos, os olhos que imaginam a família distante, as novas amizades que surgem. É o começo das mudanças em nosso interior, processo que será sentido quando retornamos à nossa vida cotidiana. O importante é fazer o Caminho com os cinco sentidos ligados, a mente aberta e o coração sereno, transformando os episódios mais banais em alegres e excitantes lembranças. Talvez a maior dificuldade a ser enfrentada seja a variação climática, que pode nos causar gripes, resfriados, indisposições, inflamações. No meu caso, quando lá estive, início da primavera europeia, fui atingido por muito frio e muita umidade. Foram 6 dias andando debaixo de chuva, 4 dias sob nevasca fina.”
Além de enumerar cidades, lugares e marcos preferidos percorridos durante o caminho até Santiago como “A Cruz de Ferro”, “Manjarim” e a Catedral de Santiago de Compostela, “lugares místicos, enigmáticos, belíssimos”, ele explica que todos que caminham vão em busca, principalmente, do “seu eu espiritual”.
Servidor percorreu o Caminho Francês pela primeira em 2001, após o aniversário de 50 anos. Foto cedida pelo servidor.
“No Caminho, procurávamos a todo instante as flechas amarelas, que guiavam nosso dia a dia. Muitas vezes, apontavam para despenhadeiros, subidas íngremes, caminhos pedregosos, muito barro. Não discutíamos, apenas seguiamos em frente, porque sabíamos que elas indicavam a rota mais curta e segura, rumo ao nosso objetivo final, que era chegar a Santiago de Compostela. Assim, também, no meu dia-a-dia procuro visualizar a todo instante essas setas imaginárias, porque sei que elas me mostrarão o melhor caminho a ser seguido, para que eu possa superar as intercorrências e atingir os objetivos que busco, o sucesso, a paz, a tranquilidade, seja na minha vida pessoal ou profissional”, disse.
Em 2012, após a aposentadoria, o peregrino passou a dedicar mais tempo para planejar e conhecer novos caminhos, em viagens no Brasil, no exterior, na companhia de amigos ou sozinho. “Já percorri vários roteiros acompanhados de uma pessoa ou um grupo, e sempre me dei muito bem também. Agora mesmo acabo de retornar de Santa Catarina onde fui conhecer o Caminho de Santa Paulina, e fiz os 180 quilômetros do percurso ao lado de dois companheiros”, afirma. Quando ele fala vários roteiros são vários mesmo: Caminhos de Santiago, da Fé, de Aparecida, de Frei da Galvão das Missões, entre outros.
Para conhecer os detalhes das viagens e talvez se inspirar para trilhar algum desses caminhos, acesse o blog do servidor ou a página do Facebook. Buzzo também disponibilizou o e-mail (oswaldocps@hotmail.com) para responder dúvidas ou fornecer outras informações aos colegas.
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