JT poderá homologar acordos extrajudiciais sem ajuizamento de ação
O ato será válido nos seis primeiros meses para negociações acima de 40…
Três meses depois de assumir a liderança do governo no Senado, como uma escolha da presidente Dilma Rousseff e sem apoio de seu partido, o PMDB, o senador Eduardo Braga (AM) encerra a lua de mel com o Planalto e deve deixar o cargo a pretexto de disputar a prefeitura de Manaus em outubro. A gota d”água na já desgastada relação do líder com o Executivo foi a votação, nesta semana, da Medida Provisória 568, cujo texto original reduzia em até 50% o salário dos médicos dos hospitais federais, e teve que ser corrigida antes de ser votada. O Planalto nega a saída de Braga.
O líder do governo foi o relator da MP e Dilma não gostou da forma como ele conduziu as negociações. Primeiro, Braga queria que o governo retirasse a MP do Congresso, e que não fosse feita apenas a correção do texto por meio de uma emenda. Ele não foi atendido e entrou em conflito com o Ministério do Planejamento. O senador declarou que a pasta havia feito uma “barbeiragem”. No final, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) reconheceu que houve “erro”, e o governo retirou a parte do texto que reduzia salários.
Depois de um período em que mal era recebido pela presidente, Braga conversou com Dilma sobre a saída dele da liderança na última terça-feira. O senador afirma que decidirá sua saída até o dia 30, quando termina o prazo para convenções partidárias:
– Só saberemos (se serei candidato) no dia 30. Conversei com a presidente (sobre a saída ), e só no dia 30 tomaremos a decisão.
Em primeiro mandato, Braga, que já não tinha apoio da cúpula de seu partido, o PMDB, ganhou a antipatia de parte do Senado ao assumir a liderança do governo pregando novas práticas na política. Na bancada peemedebista, ele é da ala adversária ao líder Renan Calheiros (AL).
Mesmo com o discurso moralizador, o líder do governo tem como primeira suplente sua mulher, Sandra Backsmann Braga, como revelou O GLOBO em abril. Pôr parentes na suplência é uma prática típica de políticos tradicionais, e isso irritou Dilma.
A queda de Braga é um revés para a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), que patrocinou a derrubada do líder anterior, Romero Jucá (PMDB-RR). Com a saída de Braga, será aberta nova temporada de disputa pelo cargo.
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