Demonstre o seu carinho Foto: ANAJUSTRA Federal

Mãe, amor que transcende: servidora aposentada cria instituto para crianças autistas

Motivada pelo diagnóstico de seu filho, Marli Gazzoni luta pela inclusão e o desenvolvimento de crianças com TEA.

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Desde que Marli Gazzoni descobriu que seu filho, Pedro Leopoldo, era um Anjo Azul (nome carinhoso atribuído às crianças com autismo), o amor e a maternidade também se aliaram à busca por tratamentos e terapias que pudessem ajudar no desenvolvimento dele.

Por meio desse amor e dedicação, a associada do TRT4 fundou o Círculo TEAmo, instituto que atende pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), na cidade de Nova Prata-RS. Outra motivação de Marli foi de também ajudar outras famílias. “Na rede pública os recursos são mais escassos e não há atendimento específico para o indivíduo com autismo que, a partir de uma avaliação individual, passa a ter um programa montado para si”, explica.

Marli e seu filho Pedro - Arquivo pessoal Marli e seu filho Pedro - Arquivo pessoal

Embora tenha sido fundado em agosto de 2020, o Círculo TEAmo já reúne algumas pequenas conquistas, como campanhas junto às escolas em prol da conscientização do autismo; o projeto “Amigo do Autista”, que incentiva comércios a darem prioridade ao acesso; além de levar informações sobre os direitos das pessoas com TEA.

O Círculo também conta com a colaboração de profissionais de várias áreas que dão assistência às crianças e familiares, em tratamentos multidisciplinares. Segundo a associada, a tríade família-terapia-escola é fundamental para o desenvolvimento.

Maternidade e pandemia
Com a chegada da segunda onda e aumento das medidas restritivas por conta da pandemia da Covid-19, os desafios para Marli também cresceram, pois a assistência que seu filho recebe é essencial.
Pedro precisou lidar com a interrupção das aulas presenciais ainda no ano passado, o que dificultou sua socialização com outras crianças. “A falta de interações, o não poder brincar, prejudica a socialização, que é um dos maiores déficits no Autismo, e o que se perdeu não tem volta.”

No entanto, a terapia e os tratamentos com a equipe multidisciplinar continuam mesmo com as fases mais restritivas. “Crianças com TEA precisam ser estimuladas sempre, quanto mais na tenra idade, em que o cérebro absorve com mais facilidade o aprendizado”.

Círculo TEAmo na pandemia
Mesmo com a pandemia, o Círculo continua ativo em promover campanhas de conscientização, além de realizar lives durante o mês de abril, quando é comemorado o mês do autismo.

O Instituto continua aguardando o apoio do poder público para que possa ter uma sede. Além disso, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul lançou um programa para habilitar 30 centros de referência em TEA, oferecendo suporte financeiro e especialização de profissionais para o atendimento de pessoas com autismo em grau severo ou grave. Marli está lutando para que o Círculo seja um desses centros para atendimento em Nova Prata-RS e microrregião.