"Anéis de Saturno" – Associado do TRT4 lança seu primeiro livro

Em obra de estreia, Gabriel Moura aborda temas como luto, dramas familiares e homossexualidade.

25/05/2021 15:34
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O que você faria se tivesse que reviver as mágoas do passado? Essa é uma das questões chaves que compõe o romance de Gabriel Moura, servidor do TRT4 e autor do livro Anéis de Saturno.

A obra conta a história de Felipe, um jovem de Porto Alegre que se muda para o Rio de Janeiro com o intuito de deixar o passado para trás. No entanto, anos depois, o jovem vê-se impelido a retornar à capital gaúcha após saber do estado de saúde que seu pai se encontra. Durante essa jornada, o protagonista enfrentará todos os fantasmas do passado.

Anéis de Saturno foi lançado em 2019, durante a Feira do Livro em Porto Alegre. Segundo Gabriel, ideia inicial era lançar um livro de contos e histórias relacionadas ao processo de luto, mas conforme o conto de Felipe ganhava vida, o autor optou em transformá-lo em uma narrativa longa.

O título da obra, embora pareça incomum, tem dois significados muito importantes para a história. “Anéis de Saturno está relacionado ao passatempo compartilhado pelo protagonista e seu pai, que era o de observar os astros com um telescópio. Além disso, Saturno é o planeta que representa Cronos, o deus do tempo, tema de certa forma importante na história”, explica.

Além de Anéis de Saturno, Gabriel também tem outros projetos literários em andamento, além de produzir o podcast Delineando a Prosa, disponível no Spotfy. O autor também possui um blog, com outros textos e também outros livros com os quais foi colaborador.

Anéis de Saturno pode ser adquirido pelo site da Amazon ou então, diretamente pelo site do autor. E caso queira conhecer mais sobre o trabalho do associado, ou ainda, enviar uma mensagem, acesse seu blog

Confira um trecho da obra:

Meu pai tinha esse hobby incomum. No escritório lá em casa, em frente à janela, havia um telescópio. Juntos observávamos os anéis de Saturno, as crateras da Lua, Júpiter, Vênus e até Marte, que parecia uma esfera borrada, mas bom o suficiente para dois astrônomos amadores. E naqueles momentos quase meditativos sentia que estávamos conectados. Revezando o aparelho, tínhamos conversas sobre o futuro da humanidade, o sentido da vida, e esquecíamos o cotidiano e nossas diferenças. Éramos apenas pai e filho.

Vasculhamos o céu por alguns anos. Mas certa noite, depois de muito uso, o tripé do telescópio quebrou. Eu estava no meio da adolescência quando ocorreu o acidente. Ulysses tentou improvisar, falhando com as fitas isolantes e as colas especiais. Também não encontrou um tripé que encaixasse no telescópio. Decidiu, então, que compraria um novo aparelho, mais robusto.

Estávamos animados com a ideia, e a empolgação justificada durou meses. Quando ele tivesse tempo iríamos juntos a uma loja para escolher o modelo.

Seria um refrator ou um refletor? Poderíamos observar as galáxias, as nebulosas e as luas de Júpiter com detalhes? Guardamos o telescópio velho em cima do armário, o conjunto de lentes oculares dentro de uma gaveta, e o tempo foi passando, despercebido.

Fonte: Livia Lino, da assessoria.

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