Luiz Damascena: servidor escreve em blog sobre assuntos do cotidiano

Autor coleciona textos com abordagens de humor, reflexão e temas do dia a dia.

16/06/2021 08:31
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O associado Luiz Damascena, do TRT8, começou sua história com a escrita ainda na infância. Nas aulas de redação, enquanto seus amigos se esforçavam para entregar um texto, para Luiz cada nova narrativa era um prazer. “Sempre gostei de escrever, e para mim isso sempre foi algo natural.”

A facilidade com as palavras acompanharam o associado até a vida adulta e, há sete anos, criou um blog, onde reúne textos para todos os estilos. Alguns são voltados para o humor, outros mais reflexivos, além de produções sobre assuntos do cotidiano.

O processo criativo de Luiz é baseado na sua intuição, nos sentimentos e também nas informações do dia a dia. “Vou coletando sentimentos e informações, e em determinado momento, decido que ‘quero’ escrever e, assim, sempre produzo alguma coisa.”

Para o associado, mais gratificante do que escrever, só mesmo ser lido. Dentre as produções que mais se destacam, são as séries “Diário de um Mafioso”, “Encontros com o Mestre” e “Crônicas da Vida”. A primeira, é voltada para o humor, com um mafioso por trás de diversos eventos locais, nacionais e até mundiais. “Ocorrem eventos no mundo que parecem tão surreais, que imaginei uma mente orquestrando todas essas ações, dentro de um contexto criminoso”, explica.

O episódio mais recente do Diário de um Mafioso, chamado de “Furadas e Seringas”, aborda o tema da pandemia e em especial, da crise que o país atravessou ao adquirir seringas para a vacinação. Na trama, o mafioso abandona dois caminhões cheios de seringas próximo a Fiocruz.

Já na série “Encontros com o Mestre”, Luiz adota uma abordagem mais reflexiva, convidando o leitor a ouvir o mentor espiritual. “Encontros com o Mestre é sobre a forma de pequenos diálogos, textos que, de alguma forma, possam ajudar as pessoas a ter um melhor entendimento de situações cotidianas e a desenvolver uma maior resiliência antes os fatos da vida”, explica.

Ainda na linha reflexiva, “Crônicas da Vida” é voltada para assuntos do dia a dia, com questionamentos e vivências reais do momento atual que a maioria dos brasileiros estão vivendo.

Para Luiz, escrever é como uma terapia, um momento de passar o tempo e colocar todas as ideias e reflexões no papel. Conciliar essa paixão com o trabalho, segundo ele, é bem fácil. “Escrever é uma atividade que me faz bem, e o faço com leveza, visto que faço sem obrigações de produção. Então, não é difícil conciliar com o trabalho.”

Para conhecer as crônicas de Luiz, ou enviar uma mensagem para o associado, acesse o seu blog.

Confira alguns trechos que o autor separou:

Diário de um Mafioso

“Tudo bem, chefe, tudo bem… E sobre a política?”

“Azul, nós não temos partido. Nós estamos sempre do lado que ganha.”

“Ok. Já estou jogando fora a bíblia e tirando meu chapéu de Zé Pilintra do armário… Alguma orientação?”

“A princípio, deixa ele à vontade… pode fazer o que quiser… derrubar a ciclovia, reformar a ciclovia, o que quiser…”

“Ok, chefe. ficarei de olho.”

“Só não pode uma coisa: mexer no Centro Administrativo.”

“Direi, chefe… mas, posso saber por que?”

“Memória afetiva. Junto com o “Balança mas não cai” e o “Pedregulho”, acho um dos apelidos mais bacanas da cidade…”

Encontros com o Mestre

“Sim, mas tenha em mente que a plenitude é um direito de todos. Então, o céu maior deve ter de tudo, de forma plena: amor, afeto, reconhecimento, satisfação… só é um longo caminho.”

“Deve ter?”

“Sim, claro. Eu não cheguei lá. Nós não chegamos, ainda.”

“Sim, deve ser um longo caminho, mesmo… mas pelo menos, esse entendimento nos dá perspectiva, certo?”

“Sim. Vivenciamos pequenos progressos, às vezes. O sofrimento desta é o salvo conduto para não vivenciar a mesma atribulação em uma próxima oportunidade.”

“Se a experiência é bem aproveitada…”

“Sim, claro. De que adianta um passe perfeito do seu companheiro, se você insiste em chutar pra fora?”

Crônicas da Vida

Viagem de trabalho, João Pessoa, Paraíba.

Missão cumprida, vou na feira de artesanato, comprar lembranças para meu povo.

Dentro de um dos boxes onde negocio preços, acompanho com os olhos a chegada de uma família indubitavelmente carioca, pelo forte sotaque.

De alguma maneira, eles citam que são de Ramos, e eu já ia comentar que embora não more lá há muitos anos, fui nascido e criado naquela região da cidade…

Mas nesse momento entra um garoto, de uns quinze anos, e diz: “Olha, pai, eles tem uma camisa com o nome do meu tio, o Nêgo…”

Como eu já não tenho sotaque nenhum, fui saindo de fininho…

 

Fonte: Livia Lino, da assessoria.

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